quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Mergulho


Vale a pena, pegar uma lotação qualquer que dê no shopping, com sacola pra um dia e um calor absurdo, mesmo tendo que esperar uns bons doze minutos dentro do ar condicionado central das lojas bem distribuídas em meio à tantos pas...santes. Mesmo sendo um intervalo entre alguns dias, não sei querer desgrudar de você quando contigo. É uma perna que fica no meio do caminho, um braço que volta sempre para dar um último apertãozinho, aquele beijinho de quem volta depois da academia que causa em mim uma saudade inescrupulosamente dócil. E assistindo a um filme, emaranhada no secador de cabelo ou passeando pela avenida vazia para matar um pouco desse tempo que, se não juntos, passa feito um borrão, revivo aquele trailer que repete o apertado de mim contra o seu peito, a mão repousada na perna enquanto toma café, frases recontadas de anedotas de um dia que poderia ter sido qualquer, mas começou a valer a pena só dali em diante.

Um mergulho nessas horas ímpares e capazes de redescobrir aquele estalinho que dá na gente de que, quando a vida resolve ser ela, ela consegue mesmo ser maravilhosa. O seu sorriso estampado ao longo da minha diretriz, o pé que encontra o meu por um pouco de agitação e consegue em troca, além da minha risada mais fluente, o ápice das cócegas, a mão dada que gruda na minha e me guia casa afora, os tapinhas e puxões, que de tão levinhos são interprete dessa intensidade mergulhada em que nem de mãos envelhecidas e fôlego no fim dá vontade de sair. Feliz e tanto, estremeço por dentro toda vez que, além de abraçar satisfeito a minha espontaneidade bipolar que vai de "quietinha e pensativa, por que você está assim?" a cabeça - mais falante que pensante - com direito a frases memoráveis de brinde, ou minha pose ao beber água na garrafinha de água que nunca está gelada justo quando deveria, mas mesmo assim sugo com vontade. E você ri, e eu paro, porque senão começo também e me engasgo. É de momentos assim que a vida deveria ser feita, com pequenas pausas para recobrar a sanidade, uma burocracia aqui, obrigação ali e todos sendo felizes e dando o devido valor a esses encantamentos de mil vezes em quando.

Mentalizo muito enquanto na mesma cidade, mas longe, pra que mesmo que os dias corram, os meses voem, e o tempo se arraste, o grande lance continue sendo achar bonitinho enquanto escovo os dentes ou lavo uma louça, hiperativa. Enquanto, eu continue vendo em você, desenvolto ao telefone ou cozinha interessado alguma carne na churrasqueira todo o clímax de beleza possível e um certo charme de quase homem que há certo tempo cansou de ser guri. Porque é merecido o exercício de ter mais paciência enquanto, indiretamente, a gente sente devagarzinho o amor se alastrar latejando por dentro. Pro que não vale a pena, um jeito a gente acha. De alguma maneira, enquanto a gente estaciona para se olhar fundo, bem dentro da íris e vê mais além, nasce de repente um fôlego para impedir que nada quebre a delicadeza de um instante desse calibre. Nesse salto em que, decidida e intensa, eu resolvi submergir. Nesse mar todo de felicidades instantaneamente agudas, eu me nego a sair. Dispenso boia ou colete, porque no fortinho do seu braço eu já encontro salvação. Me aceito até mesmo de biquíni, porque se você gosta, eu dou jeito de me achar nem tão ruim assim. E bem mais que um companheiro de barco quebrado, ele é quem sabe ser racional e se manter firme enquanto eu desatino por segundos. Porto seguro, cais, um beijo e o mundo paralisado, calmaria. Aqui, felicidade.

O sedutor.

  
 
 Ele vai te olhar com os olhos de um husky siberiano, prestes a pular sob a caça. Profundo, certeiro, bem no meio do alvo - que na verdade, é você. Como se a visse com algum raio-x, despida. Depois de hipnotizar com seu par de bolitas (que nem ao menos precisam ser azuis, verdes ou cor de mel, mas sim, penetrantes) irá rosnar um sorrir com os dentes à mostra, largo; como se você fosse uma conhecida de tempos que para ele, é um prazer rever. Familiarizado com a situação, e com mais uma presa em mais uma noite que com toda a certeza solitária não seria.

A beleza não é uma característica, mas sim, agente secundário nessa equação que a deixa no final sem resposta exata. Este tipo costuma ser dotado mesmo é de um charme que foge às suas explicações. O que é que ele tem, pergunta a amiga desconfiada. Borogodó, um tchan a mais, qualquer coisa que eu não tinha visto por aí ainda, mas que na rede caí: não como um patinho, mas como sereia que conhece o perigo dos mares e ainda assim, por aí faz questão de mais fundo mergulhar. Ele tenta você com sua abordagem direta, confiante. Se sente o ponto único do universo com seu umbigo malhado, sua auto-estima enorme e eu ego quase sempre massageado. Por mais que você sinta no seu perfume inebriante o tamanho da cilada, em conjunto aos tão bons e grandiosos diferenciais e tente escapar isso só o fará ir ainda mais à sua caça. Caça sim, porque para o Don Juan tudo é um grande desafio e o que conta mesmo é a dificuldade: quanto maior, mais estimulante. Você percebe que ele não é apenas um rostinho bonito e que tem até mesmo um bom gosto admirável quando além de ser irresistível, ele amostra um humor bom, possível e adequado, sem piadinha fúteis e mal colocadas, ou trocadilhos, quase sempre infames. Faz de seu ouvido um porto onde suas palavras chegam sussurradas, e mesmo que ele esteja comentando como é ridículo o jeito de tragar o cigarro do moço à frente, para você será o mesmo que Mick Jagger cantando. Quem sabe, Jim Morisson, Al Pacino; fica a seu critério a escolha do que a fará ter vontade de dançar, mais tarde.

E então que você cai de amores, e mesmo que hesite, ele a fisgará. Por uma noite, um momento, uma semana, dois anos. Sem nunca firmar um compromisso, porque seu alarme é ativado a qualquer 'benzinho' ou comida que você faça de surpresa, e os pratos na mesa, vestida de avental. Ligações inesperadas, demonstrações de afeto seguidas de brigas sem motivos infundados baixam consideravelmente o tesão que o moço sentirá em ter a sua companhia, o seu corpinho, inteligência e qualquer aspecto que envolva você na vida dele.

O mesmo cara que a fez sentir a mulher mais completa e maravilhosa dentre todas as galáxias - que a gente nem sabe quantas são e se existem outras - será o que depois de algum tempo, se tornará cada vez mais frio. Ou sumirá. Que a deixará louca e sem respostas, sofrendo com um coração ingênuo que acreditou em toda a verdade perfeita que parecia possível, à frente. A fuga, iniciou seu processo e planejamento já nos primeiros sinais de apego e sentimentalismo da sua parte. Você é que não viu, cega pelas flechas que cupido alçou em sua direção. Ele a seduziu, mas como é mestre em se desprender do que quer que seja, tamanha sua experiência em conquistar e logo partir para a próxima ventura, você não terá nem ao menos a chance de fazer com que o mesmo husky siberiano que a apreendeu com o olhar no seu colo se aquiete. Sua facilidade em preencher páginas com telefones de iscas já antigas não é a mesma de estabelecer um compromisso estável, duradouro. O que conta para ele é a ação, a novidade, o desconhecido. Quando então você passa a fazer parte de uma rotina em que ele a inseriu, mas se desgastou, com a maior crueldade do mundo que você até então não sabia existir, ele a tirará da sua vida. Como uma peça de xadrez, descartada. Feito uma página, virada. Você ficou no ontem, que foi o passado. E esse homem quer é o futuro, quer saber ainda dos tantos troféus que temporariamente colocará em sua estante - para logo depois, também dá-los à doação.

Algum dia, você lembrará desse mesmo homem com algum carinho incompleto do que poderia ter sido, mas não foi. Verá que tudo não passou de um sonho juvenil, de uma pirraça sua por um coração que nem ao menos amadurecido tinha. Poderá perceber ainda que a sua vida apenas progrediu depois deste enorme aprendizado, provação do destino que a deixou perceber o quão forte e guerreiro é esse sentimento, que mesmo devastado, se reacendeu. Quanto ao sedutor? Algum dia, por travessura do acaso, a verá feliz nos braços de alguém que conseguiu a fazer feliz, completa. Mulher. Sentirá uma inveja ressentida de toda essa alegria cúmplice que a vida a devolveu. E se perguntará o que fez de errado, o que tem o rapaz. Nada demais, tudo para você. Ele com sua agenda cheia de contatos de one night stand e booty calls que não preenchem o vazio de uma noite fria, sem jantar na mesa e um 'benzinho' para ouvir. Você, completa com um amor recíproco, bom. Justo. Dizem mesmo que a gente faz nossos caminhos, e que eles provém inteiramente de nossas escolhas. Hoje eu acredito.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Precoces "Amélias"

Faz sanduichinho, serve até a mesa (impecável, posta pela mesma), espera ele comer enquanto belisca apenas um aperitivo aqui e ali (imagina engordar, né gente? não, não - vai ouvir reclamações de como antes era mais esbelta e atlética) enquanto espera que ele termine a refeição, ou peça mais, e lava a louça, para depois secar e sentar bonitinha ao lado do querido enquanto ele assiste qualquer pocaria de esporte na televisão. Opinião? Esqueceu o que significa. Melhor deixar assim, pensa. Ele sabe o que faz, o homem é quem decide, se quero o amor dele, preciso fazer jus. Menos de 25 anos e uma persona Amélia em andamento. Acho é triste.

Deixa que ele diga quando e onde vão, com quem sairão, e que roupa irá vestir. Se ficam quase do mesmo tamanho e ela de salto alto, que tire. Mulher dele não usa roupa curta, não fala com outros homens, e se não agir conforme o que julga perfeito, já se torna ex. Algumas deixam que pelo passado negro ou uma baixíssima auto-estima, o cara domine o relacionamento na palma das mãos, com a rédea entre os dedos (assim como a própria personalidade, o companheirismo que deveria existir no relacionamento e qualquer comportamento espontâneo que desejar expelir). Fazer de tudo para agradar se torna o desafio diário a que precisam vencer. Grudam no namorado como geleca, pegando a mão do coitado a cada cinco minutos e fazendo um papel de dengosa que não convence a todo momento, ojerizador a quem de fora assiste. Desocupadas, se firmam em dissecar a vida alheia com detalhes inventados e vislubres inexistentes (para, claro, iludir pensando que vive uma maravilha quando, não). Passam a fingir que curtem as mesmas músicas, gostam dos mesmos programas, e começa até a imitar as frases ditas pelo cônjuge. Buscam o que pedem (um copo d'água, uma revista, um casaco), agem como eles esperam e se anulam, totalmente. Tudo em troca de um pouco de amor torto em troca. Zinho. Grande não pode ser um sentimento que oprime e sufoca, a ponto de a pessoa querer ser uma versão de si mesma que agrade, certo?

Amélia é que era mulher de mentira, se pararmos para pensar, caracterizar e colocar um pouquinho da música de Mário Lago na vida de atualmente - presumo que todos saibamos, mas a composição é antiga. Enfim, mulher verdadeira se resume ao ápice feminino como completa sendo trabalhadora, guerreira, esforçada, e que encontre tempo e boa vontade para ser bem-humorada, vaidosa, amiga e parceira simultaneamente. Homens buscam estar ao lado de quem tem uma vida própria afim de se somar à sua exclusiva e não uma imaturidade de quem sabe brincar muito bem de casinha, arrumadeira, chiclete de tão "atenciosa" (é assim que se definem) age como mãe em alguns momentos e não emite opinião nenhuma (feito criança, escuta um "não é não" e ainda agarra o choro, não desprende uma única reclamação). A clausura do pertencente ego chega a exalar quando perto de quem se nega a ser capacho e a falta de assunto se torna, então, uma constante. Falar sobre o que? A roupa que passou, o último prato pedido que cozinhou ou como se distanciou tanto das amigas como da própria existência para viver por osmose a do amado? Eu juro que me poupo. Levantar a bandeira de Amélia atualmente (ainda mais, quando em tempo precoce) está longe de alçar a paz interior e mais ainda, um equilíbrio sadio a dois.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Antes só que mal acompanhada

Boa parte das minhas amigas anda comprometida. Se não sério, quase. As poucas "soldadas" do bando continuam lutando, claro. Mas com um propósito definido: trocar logo de função nessa vida de quem busca, para quem tem alguém. São solteiras sim, e não raro, sozinhas também. Reclamam. Apresentamos os amigos, um primo distante, algum colega que achem interessante. E nada. São defeitos, atitudes desprezíveis, desencaixe entre duas partes. Concordo porém com a máxima que ditam e continua em alta: estar sozinha consigo é muito melhor que acompanhada de quem pra nós, tenha nome e sobrenome mas não represente de fato aquele "alguém".

Enquanto a vida amorosa anda agitada ou mesmo em movimento, se vazia na opção "pessoa que nos faça bem e complete", não tem trégua: achamos que somos infelizes, que se um raio atingisse a cabeça talvez alguma atitude fosse tomada (por cuidado ou mesmo precaução; pena), que se estivéssemos passando fome, necessidade financeira ou por qualquer outra pedra no caminho, melhor seria. O amor vence tudo, já nos diziam os emotivos filmes Disney da infância. Onde todos eram felizes num final que durava para sempre, aguardamos que chegue a nossa hora de ter o sapatinho encaixado com precisão no pé direito - por um cavalheiro-charmoso-mente aberta príncipe, que não aparece nunca porque simplesmente somos gente e contos de fadas é melhor que fiquem na parte bonita da nossa versátil imaginação. Bem na verdade, chega sempre e pode ser uma, duas, trezentas vezes (depende da auto-estima de cada um) em que romanceamos em cima de qualquer cara que apareça, só para não nos sentirmos assim tão solitárias.

Vemos confiança onde há enganação, admitimos comportamentos que antes julgávamos ser intragáveis, nos colocamos na posição de vítimas princesas na esperança de sermos salvas por algum gesto sentimental no último minuto vindo de quem nunca nem ao menos preocupação se prestou a ter. Usamos a desculpa de que, "melhor com, pior sem" para nos deixarmos continuar aceitando frases, poses, posses ou ações que estão longe da paz - que dirá do tal "amor"? A gente, além de se enganar super bem, acaba virando mestra na arte de autotraição. Somos peritas em fingir que não é conosco, que as pessoas mudam e tudo pode melhorar, que basta paciência e tudo toma um rumo melhor. Bullshit!

Se algo não está bacana, e a intuição já liberou o potente alerta feminino, se solte. Largue. Dê um tempo para que a redescoberta deliciosa de se encontrar como melhor companhia possível escale novamente o topo da sua lista pessoal de pequenas felicidades. Saboreie um encontro entre as amigas, dance loucamente aquelas músicas cafonas que só você gosta, e vá a quantas festas desejar, mesmo quando só - às vezes, é desacompanhando que a gente adquire parceria. Valorize em si aquilo tudo que há de bom, com uma bela roupa nova, um dia completo no salão, qualquer coisa que faça o ego ir lá em cima, como um bom café lendo um livro leve numa tarde chuvosa ou cinema com aquele filme que só você quis ver, então sozinha. Curta enquanto é possível os finais de semana em família, a vida sem explicações, uma liberdade que chega a dar saudade de vez em quando, já tendo encontrado o certo alguém que mudou o nosso caminho e pra quem a gente inteligentemente (ou não) escolheu se entregar. Porque alone ninguém fica forever, bebê.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O interessado dá um jeito

Ah, então um combinado é rapidamente desfeito (culpa do trânsito), uma vontade parece voraz assim que exposta (mas não pode ser saciada, culpa da rotina), desiste de declarar o que realmente pensa por pura preguiça. Vocês conhecem e a gente tem é quase alergia às frases ridiculamente prontas, ao comportamento mais babaca - e covarde - ainda: puxa, minha avó adoeceu. Nossa, hoje vai ser impossível, preciso fazer rancho no super mercado. Ando doente, minha rotina é só cansaço, moramos longe e a gasolina é cara. Querer sincera e desesperadamente, sem medidas ou objeções, que tem a ver com isso? Acho que, além de no lugar da fuga, uma urgente aproximação, mais nada.

Já viram um cara quando algo é realmente importante? Chega a ser chato do tanto que tentam. Alguma brecha no meio do seu dia, alguma atenção - foda-se que pareça louco por você ou desesperado, ele quer e pronto - e age. Daí que fica fácil diagnosticar quando estão ou nos levando em banho maria, ou nem tão afim assim quanto imaginam. Ou simplesmente pertencem ao tipo que não se permite, não se solta, esquece de viver a pleno (o que é bem triste também, verdade). Aparecem para almoçar, enviam flores para o trabalho, fazem questão de deixar à mostra em tudo quanto é rede social que possuem o tal interesse, a vontade de você que não cessa (e que no seu íntimo, pede que só aumente). Quer ver você nem que seja tarde da noite, no intervalo da faculdade, depois da tal da academia. Mas quer, oras. Nem que te busque. Nada daquilo de "hoje não dá" ou "combinamos outro dia" ou, "já ficamos bastante juntos o final de semana, é bom dar um tempo". Isso, com certeza, desmancha a olho nu nossa admiração pelo tal. O afeto pega carona às vezes também, aos poucos. É como disse Nelson Rodrigues e a fila é grande de mulheres afim de assinar embaixo: toda falta num homem é perdoada, menos a de atitude. Corretíssimo.

Enquanto, do lado de cá do barco, homens se fazem de bananas pra não vestir a carapuça das nossas más vontades e programas adiados, notamos toda e qualquer ausência que poderia ser suprida. Com o tempo, passamos a não tolerar de jeito nenhum quem não saia de casa por estar o mundo desabando em chuva ou calor excessivo, quem não quer ansiosamente nossa presença como desejamos estar junto, quem brigue e consiga dormir assim mesmo, simplesmente porque "amanhã é outro dia". A vida vai se tornando intolerante a quem não escolha o tempero da intensidade para sazonar as áreas prediletas - ou achar, uma meia horinha que seja, para adocicá-las. Mesmo debaixo de todos os problemas possíveis, anda raro encontrar quem se interesse e dê um jeito, mesmo que seja apenas à noite, de ônibus e num lugar público. Mas a gente precisa. Nos surpreendam, nos cansem, nos tirem do sério (por favor!), nos deem um pouco de loucura para descarrilhar em adrenalina, esqueçam como se desculpa esfarrapadamente e apenas vivam. Com vontade, conosco, sem subterfúgios, máscaras ou lentes. Se interessa, o jeito é encontrar - fugir é desperdício.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Atitudes masculinas que a gente adora - e de tão simples, eles mal percebem

Presentão caro, extravagâncias a dois, viagem internacional? Que nada. Tem atitudes tão mais simples - e que a gente tanto admira quando feitas - que essas sim, nos fazem sentir de dia ganho. Há quanto tempo não enche a sua namorada de beijos, até que a amada não aguente mais e parta para fazer o mesmo em cima de você? Ou envia assim, inesperadamente, e mesmo que seja uma palavras apenas como mensagem SMS, sinalizando um "estou aqui longe mas pensando muito em você" para que ela conserve de orelha a orelha um sorrisão pelo resto das horas? Pare e repense: é importante, e hoje em dia, nada mais pode ser considerado garantido. Quando regado diariamente, no formato de drops de carinho, paixão, ou atenção, fica fácil florescer apenas jantares contentes, beijos apaixonados e uma paz compartilhada que dá um bem danado.

É maravilhoso quando, mesmo com o passar dos meses, os beijinhos de esquimó continuam sendo dados, em plena tarde dominical, nosso cabelo tirado do rosto - enquanto conversamos - e sejamos sempre colocadas do lado de dentro da calçada, ou puxadas pelo braço em forma de alerta quando atravessarmos a rua sem olhar direito. Todos apreciamos um mimo, e claro, ver que existe um cuidado em se preservar o que somos de bom na vida do outro é mesmo gratificante. Pode ser um beijo na testa, uma cartinha apaixonada com aquela letra máscula e única que só os homens tem (vale um bilhetinho também, qualquer regalo que futuramente possa se tornar peça chave de boas lembranças), uma ligação inesperada apenas para ouvir a voz, porque a saudade apertou de repente. Preocupação e uma doçura em especial quando passamos mal ou ficamos doentes, massagem nas costas depois de um dia cansativo, cafuné nos cabelos até que a gente quase adormeça. Inventar um apelido singular e nada clichê, e usar e abusar de assim nos chamar. Cozinhar de vez em quando, servir nosso prato - e copo, nos puxar mais pra perto e querer estar juntinho ao assistir a um filme ou algo na televisão.

Fazer de nossas mãos um ato de delicadeza: beijem com exagero, segurem publicamente sem exitar, repousem sobre a sua, quando dirigindo. Achar que a nossa beleza ultrapassa os limites do bom senso, é opinião obrigatória do resto do mundo (e nos falar isso, quando os ataques de baixa auto-estima nos pegam desprevenidas). Mulher é mesmo assim, rapazes: é agir cheios de amor pra dar - apenas para uma de nós, claro - é querer que a cada dia a receita de estar juntos apenas se aprimore, o gosto de ter alguém do lado faça sentido e a gente se entrega fácil. Nem sempre de bandeija, mas de braços (e corpo, e mente e coração) abertos, a cabecinha já aquitetando surpresas para que sejamos únicas enquanto durarmos - e que seja pra sempre, ou intenso enquanto houver vínculo, claro - e a reciprocidade exista. Carinho somado à mimo e ternura só podia resultar num fim distante ao amor que a gente sente, é lógico. Só faz aumentar

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

E então a gente ama mais

Gostei numa primeira vista do moço distraido, brincalhão e de preto que eu mal conhecia. Era quase final de ano, e então, mesmo tendo gostado bastante de vê-lo ali, um tanto quanto distraido e também um pouco dentro do mesmo momento libertinoso, trocamos poucas palavras. Levemente alcoolizados, em uma festa. Vi esse mesmo rapaz algumas outras vezes depois. Eu queria muito que ele deixasse um pouco aquela tranquilidade toda de lado e conversasse um pouco comigo. Um pouco porque o que me desafia também me excita. Conversamos tanto, alguns dias e um pouco bêbados e hoje, somos namorados.

Depois de 3 meses, o cara "tranquilão" me faz rir quando séria, quando a hora é leve e nos paralisa num daqueles repentes onde a veemência é tanta que o resto perde automaticamente o sentido. Junto com a primeira impressão, e aquele gostar que de tão fermentado virou amor. Coisa que se comemora em 14 de fevereiro no mundo todo, que não aqui. Mas só pra quem não quiser. Na verdade, acho que a curtição de se apaixonar não mais precisa ser esporádica: necessita ser diária. Renovada a cada amanhecer, colocada na escala entre assuntos importantes e que merecem, mais que relevo, carinho e mais carinho para suprir, fortalecer e, confiante, chegar ao estágio maduro daqueles que sentem sem recibo em troca por simplesmente possuírem todas as certezas do mundo no olhar prolongado da tal pessoa.

Da atração de ver o menino de uma seriedade tão bonita que me incomodava, eu hoje compartilho meu mundo com o homem que - descobri - também sorri muito e tem sentimentos. Faz algum tempo, e parece ter sido ontem, mas que quando menos se percebi já vai fazer um ano que a minha vida mudou e se sentir sozinha deixou de ser o meu pior pesadelo suado, o carma que não me largava de mão e quando soltava, grudava na ponta do pé. Tudo porque, um belo dia, um cara resolveu que ia a minh companhia para sair. Me defender de alguns tarados idiotas.

É um fenômeno um tanto raro, esse troço de intimidade. Ao mesmo tempo que nos faz cúmplices, completos numa felicidade vibrante de quando tudo vai bem, expõe, fio a fio, os defeitos tecidos silenciosamente e que, com a lente colorida de um encantamento profundo, vamos ajustando o foco: e só então, a gente ama. E ama mais ainda, porque amor nenhum é suficiente que não o maior de todos, o mais imenso do mundo, infinito e multiplicado para aceitar até mesmo aquilo que a gente jamais abriria mão em outros casos, noutros tempos, com nenhuma outra pessoa, que não aquela escolhida.

De vez em quando ele insiste em beijar e beijar e beijar a minha mão, assim do nada. Fica difícil não fantasiar, mesmo que por segundos, que sou uma dessas princesas meio aventureiras, muito femininas e de história familiar um pouco dramática (como praticamente todas). E me faz ficar na ponta dos pés para beijar, e tudo isso encanta. . E disse esses dias a amigas, quando expliquei que me sentia pequena demais perto de muita gente - e era no sentido literal e figurativo mesmo do trauma de infância todo - porque sempre fui menor que todos os coleguinhas, as meninas do colégio e tudo, ele disse que era bobagem minha, porque ele adora o meu tamanho. Suficiente para a minha felicidade por dias e mais dias, mais eficaz que muito "eu te amo" dito por aí pelas esquinas. Sinceros, sérios, ciumentos: obrigada, obrigada e obrigada, príncipe teimoso.
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Reflexão acerca das "sonsas"

Que mulher sonsa consegue um brilho instantâneo, uma durabilidade e quem sabe até, impregnar um feitiço que nós - autênticas, de carne (mais carne, sim) que osso, e de personalidade - é invegável. Verdade quase absoluta, uma tristeza e tanto. São várias as vezes em que nos pegamos pensando que poxa, só porque não sabemos calar a boca e desfazer a cara feia, somos umas bruxas cruéis e que não amam tanto quanto pensam. Ou que, porra, o que é que essa sem graça tem que tem faltado em nós? Em outras palavras, numa frase chave: como os o público masculino consegue extrair alegria, movimento e variedade de onde saem tampoucas palavras, opiniões e comportamentos próprios? Juro que ainda não entendo.

O fato é que as sonsas, enquanto a gente está mais preocupadas em manter a própria essência ou fazer questão de mostrar que é única nesse mundo, prendem. Homens gostam de poder. Por algum tempo, a sensação etérea de apenas com um olhar dominar o relacionamento, ou então, de ter uma súdita à disposição é uma descoberta praticamente mágica. Só que pelas beiradas, achando que é rei enquanto perde a majestade, se vê preso a uma sem gracice sem fim. Pesquisando entre acontecimentos com amigos no passado, foi mais ou menos assim. Momentaneamente, desejamos nos tornarmos tontas também. No laboratório e em observação, tentamos comer pouco também - como elas sempre fazem, podem notar - falar menos ainda, e fazer tudo que o cara deseja. E até é bacana pra quem detesta relacionamento com rotina. Justamente porque acaba. Uma hora os nervos (quentíssimos) voltam a ebulir, o comportamento de ser dondoca e deixar o cara bancar tudo e ser o motorista próprio cansa, e quem é de verdade mesmo, fica perplexa ao acordar da mentira que é - graças a deus! - não pertencer a tal classe. Nem mesmo invejo, afinal, mesmo errônea e prolixa, posso me configurar como persona íntegra. Se tem algo que em mim não muda nunca é o jeito de ser. O que, claro, causa 50% de problemas e outra metade, felicidade.

Algumas fingem e o fazem de maneira extraordiária, sim. Apenas exibem por aí uma ingenuidade mais falsa que a cor do cabelo e as roupas de marca que mostram o quanto não fixam na vida de ninguém. Bem aproveitam, mas sabem que confiança é ingreditente em falta na composição dos dias. Assim como afeto demonstrado e orgulho em se estar do lado do opaco, enquanto a vida vibra mesmo com quem, além de amor, também agrega em amizade. As sonsas que me desculpem, mas me incomodam, sim. Gosto de quem coloca a cara a tapa, que constrói um bom papo - e ganha meu respeito - com assustos diversos, ricos, sem medo de mim ou de serem colocados em pauta. Não ajo, justamente por não saber como. Está longe do padrão que feminino a que estou acostumada - minhas amigas, que do jeito único, louco, imperfeito de cada uma, me conquistaram.

Mas vai que nessa vida toda as espertas são essas, que se fazem tão bem do que nem um pouco são para passarem ilesas, e a fodida - após os mil e um ensinamentos de quem é assim mesmo e se permite - não aprende nunca. Como é ser uma pessoa a cada situação, em frente à cada outro indivíduo? Sou sempre tão essa mesma que fica difícil acostumar. Eu confio em quem se deixa levar. Se esforça pra mostrar o seu melhor, sabe a que veio nessa jornada a qual a única certeza, é que acaba. Agora, caso isso tudo seja mesmo fingimento, artimanha ou coisa do gênero: meus parabéns. Deve ser uma luta e tanto não rir, falar baixíssimo, ser quase gueixa e andar sempre feito uma boneca perfeita, imaculada e intocável por aí. Eu fico feliz em andar por aí com a roupa de outro dia e uma risada boa saindo pela boca com o meu namorado ao lado, que me aceita mesmo assim - com esses tantos defeitinhos, mas qualidades equivalentes. Humana.



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desastradas S.A.






Já viu um copo sambar entre os dedos de unhas pintadas e unha conservadas enormes? Ou assistiu a aparelhos eletrônicos, objetos em vidro ou de alto valor se estatelarem em mãos erradas? Viu com atenção tropeços desvalidos em valos despercebidos, chãos de festa cobertos por bebida escorregadia, escadarias que aparentam ser inofensivas, mas derrubam delicados pézinhos e corpo em queda livre, mas de coordenação: congratulações, se apresentou os sintomas acima, é sócia também desse clube onde tudo cambaleia, a dispersão domina e os machucados se multiplicam. Desastradas somos nós, essas assustadoramente mulheres que vivem sempre em outro planeta - que não aqui.

É incrível a quantidade de cicatrizes, roxos ou feridas que o tempo vai somando. Dá um aperto ter que explicar o que foi aquela marca no pé, de onde você tirou aquela mancha esbranquiçada ou onde conseguiu mais um hematoma para a coleção de próprios (mal)feitos. Os danos, nem sempre sentidos na pele - e como doem! - também são materiais. Além de perder por aí em meio ao charme deslumbrado que estar na lua e não aqui pelas do acervo pessoal, alheio ou familiar. Desajeitadas, os saltos-altos algumas vezes nos traem e ao invés de deixar eretas, belas e poderosas em cima de seus mais de dez centímetros, cambaleiam. Retorcem, complicam, deixam à mostra nossa inabilidade em ser segura logo quando precisamos.

Quando apaixonadas, a falta de jeito então, pega firme. Também, só ela. As quedas vão se tornando costume, as vergonhas alheias, motivos para que ríamos futuramente, os planos mirabolantes (quase nunca bem arquitetados e pior ainda quando em tentativa de prática) sempre em ponto morto - antes esses, que nós, pelo menos vão servindo como exemplo do que não se deve praticar. Quando o nervosismo emplaca, piora: até com as palavras conseguimos gaguejar ou não saber construir frases, constrangendo quem também não está entendendo lhufas, mas a gente faz que escute.

Contudo, há quem veja nisso um pequeno encanto. Acabe por servir primeiro de herói, depois de enfermeiro, e às vezes também, professor. Fascinante como sempre achamos quem consiga encontrar graça nas nossas pequenas tragédias e defina até como bonitinho esse tanto de ferimentos, vexames e estabanos nossos. Há quem se derreta por nossos pequenos infortúnios e até ria, acreditem.

Você, que bate o cotovelo em quem está passando quando vai fazer um coque, que pisa em merda na rua com o sapato novo ou bate a ponta do pé - recém feito - com tudo num degrau de loja. Que também sai com a roupa virada do avesso, deixa cair no chão taça de champagne na casa do amigo ou perde por aí toda hora celular, câmera fotográfica e maquiagem: existem muitas de nós. Tão ingênuas quanto ao mundo, e tão afobadas como só quem tem pressa de viver, mulheres incríveis que são também vítimas dos próprios percalços. Se há males que vem para o bem, por que não desastres que venham também? Uni-vos!






O diabinho aqui do lado


Pousado sobre o meu ombro, recaindo como um peso morto; vermelho e malvado, está o diabrete que habita meu íntimo. Aquele que não confessa pecados, e arquiteta travessuras. O inconveniente que me acomete e faz meu corpo revirar bolsas e papéis à procura do telefone que eu fiz questão de deletar do celular. O vilão indomável que me faz passar por cima de tudo de todos, cupir palavras ferinas, e que some, tão logo chegou. Rápido.


O capetinha vem, toma meu corpo, sucumbe minha mente, e então, como quem ordena: disque aquele número que você quase decorou, e admita sentir saudade. Cega, louca e indomada, obedeço. Teria como não? Implico com as crianças, sentadas na sala, exito em ajudar quem me pede, e ainda, devoro quatro tabletes de chocolate branco. E tudo é culpa desse demônio que me acomete, e não solta. Gruda, e não escorrega. Essa danado do anjo torto, sempre me levando pro lado incerto e obscuro - mais emoção, menos segurança. Desafios excitam, mas não estabilizam. E enquanto isso, o tinhoso me sopra o ouvido: não vá caminhar. Relaxe, e descanse. Exercícios são bons, fazem bem, mas você já é boa, e faz o bem. Quer mais o que? Deixe esse armário abarrotado como está, e assim bagunçado, como só você compreende. Se você se acha na sua baderna, que os outros compreendam, oras. Ligue, disque o número, arrisque. O máximo que vai acontecer é seu coração destroçar, e estraçalhar, como algumas vezes já ocorreu. Você até já sabe o caminho para voltar à paz e mesmice que anda a sua vida, olhe que ótimo! Xingue quem caminha devagar na rua, vá lá. Grite, e aumente o tom. Extravase a raiva que fica aí dentro, impura e incômoda, antes que vire rancor, e perfure o coração, deixando como rastro doenças coronárias incuráveis. Não atenda aquele cara meio magro, e com rosto de bebê, que nem você entende porque beijou. E se ele estiver : gera fogo, incendeia! Troque olhares profundos com aquele seu alvo antigo, e apague essa labareda toda, com ele. Sem se importar se o outro está vendo, o que está sentindo, e se foi à festa apenas por sua causa.

Troque o certo pelo duvidoso, e ache isso no mínimo divertido. Ou, excitante. E solte o verbo: conte tudo, fale à todos aquilo que te aflige, ou faz feliz. Qualquer coisa que nem sabe ainda se existirá, mas que deve valer à pena desvelar. Não acate ordens, faça cara de paisagem. Acelere o carro, não atravesse na faixa de segurança, e deixe a louça na pia. Critique mentalmente todos esses bregas e moribundos, feche a cara e resmungue um palavrão qualquer, que devolva a paz. Mas não se engane: ele está dentro aí dentro. Meio escondido, ou disfarçado, nessa brincadeira macabra que é tentar acertar, e errar sem querer querendo, nítido. O diabinho está sempre no nosso íntimo, encurralado e tímido, mas latente e o que vale é propor um jogo de esconde-esconde: vamos achar o anjinho, e baixar o volume desse Lúcifer que nos atazana quase sempre? Topei, e dizem que depois de assinado o contrato, minha alma pode ter sido vendida. E se comprada por alguém, que seja continue verdadeira, mesmo desastrada e com essa pitada maliciosa. E que todos esses sentimentos passionais continuem no contrato, por favor!
 
*Texto antigo sei lá de quando e que está de volta durante essas minhas férias (e renovação) mental.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Bons filme para se ver a dois

Todo casal de namorados acaba por se tornar quase cinéfilo - os mais coerentes, é claro. Quando achamos quem comente com a gente, inteligentemente, as cenas, o enredo, e até mesmo as músicas da película assistida seja em DVD ou em pleno cinema, se torna rotineiro ver tudo quanto é filme em companhia de quem ainda nos mime, faça cafuné e sirva quase de almofada. Claro que isso talvez não aconteça com todos que tem um relacionamento estável, ou bacana, enfim. Ainda é. Uma das minhas diversões preferidas é ver filmes e mais filmes. Melhores se bons, alguns risos e comentários quando nem tanto. Pois bem, como me pedem dica e opinião de praticamente tudo (e eu tenho), vou tentar dar, de vez em quando, uma iluminação pra quem também namora e acaba sempre ou no impasse entre filme sangrento versus comédias românticas e um dos dois achando muito boring a função toda. Porque, sabem, filme bom não precisa necessariamente ser mulherzinha demais ou masculino total. Sendo inteligente, instigante, ou mesmo bem feito, acho que acaba sendo válido pra ambos os lados. Alguns dos meus prediletos:

- Entre segredos e mentiras (All Good Things)

 Muito bem feito, traz o ótimo Ryan Gosling sendo mais uma vez, muito bom ator, e a querida da Kirsten Dunst numa trama de mistério, drama e uma série de fatos que vão narrando a história baseada em fatos reais de Daniel Marks. Dinheiro, vontades opostas e uma psicopatia que vai tomando conta do protagonista são o recheio do filme. Gostei bastante.

- Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)

As mais femininas podem não curtir tanto, pois tem bastante sangue em várias cenas (é Tarantino, ok, ok). Mas então, é de uma produção espetacular. Divido em capítulos que tem como finalidade narrar um último acontecimento no final - que não revelarei qual, é claro - fica difícil tirar os olhos da tela. Se passa em plena época da Segunda Guerra Mundial e quem gosta bastante de filmes que tenham a ver com, é a pedida certa. Inteligente, boa fotografia e com Brad Pitt em ótima atuação. Não é dos mais "recentes", eu sei, mas ainda assim, recomendável.

- Sem limites (Limitless)


É inacreditável, mas usamos apenas 20% da capacidade do nosso cérebro. Eis que é oferecida a um escritor com bloqueio criativo uma droga capaz de o fazer utilizar 100% de toda sua inteligência. Não vou me prolongar muito mais para não tirar a graça em assistir, mas tem Bradley Cooper de De Niro em ótimas atuações, com enredo que também prende a atenção. Me surpreendi com o final.

- Confiar (Trust)
Pedofilia, uma adolescente que, mesmo com a gritante diferença de idade é apaixonada pelo infrator e um pai que enlouquece ao saber da situação toda. O drama é muito bem construído, Clive Owen e a menina Liana Liberato atuam muito bem e nos fazem entrar diretamente na pele dos personagens que encenam. Teve uma passagem rápida pelos cinemas e demoramos para conseguir locar, todos estavam sempre fora da locadora. É ótimo.


- Millennium (ou "Os homens que não amavam as mulheres")


Há duas versões. A mais antiga (e original), sueca. A recente, de Holloywood, com James Bond e alguns pontos incomuns ao primeiro filme. Da trilogia intitulada 'Millenium', tem tudo para ser um dos melhores filmes de 2012. Já tendo assistido aos dois (o último está em cartaz nos cinemas), fico com a versão americana - porém, indico que vejam as duas, a outra é bacana idem. Da fusão entre um jornalista investigativo (Daniel Craig) e uma hacker e investigadora pessoal excêntrica e excepcional (Rooney Mara) afim de desvendar um mistério que há 36 anos atordoa a família Vanger carrega muito suspense, improbabilidades, e um encaixe perfeito no final, demonstrando a esperteza de quem criou a história. Vale a pena.


- Meu malvado favorito (Despicable Me)

 Tenho adoração por filmes infantis, quem sabe por vasta convivência com meu sobrinho de 6 anos. Esse é fofo na medida certa, tem malvadeza sem ultrapassar qualquer limite e acaba sendo engraçado e bom de se ver tanto para o público infantil como para os menores. É incrível acompanhar a mudança de um homem mau com direito a carteirinha e tudo em um pai amoroso. Dá vontade de adotar a menina mais nova.


- Rebelde com causa (Youth in Revolt)

Assisti por acaso a esse filme na televisão um dia, mas por ser engraçado e ter Michael Cera (de Juno e Superbad, que também adoramos), resolvi continuar vendo. É engraçado de um jeito leve, e como costumeiro, vemos o ator se dar mal muitas vezes - dessa vez, como Nick. Apaixonado pela garota dos seus sonhos, Nick às vezes reage como ele próprio, e em outras ocasiões, como seu alter ego, François (sua versão má e delinquente, é claro). Com direito a amigo indiano, o tabu da virgindade e planos e mais planos para ter Sheeni só para si, é um filme legalzinho de se ver numa tarde de domingo, é leve e diferentão.


- Um parto de viagem (Due Date)

A dupla Robert Downey Jr. e Zach Galifianakis acertou em cheio nessa comédia. Não sou muito fã do gênero (quase sempre a fraqueza em não rir dos filmes atuais me faz não locar nenhum), mas resolvi dar uma chance ao ruivo de 'Se beber não case' e o atual Sherlock Holmes. E deu certo. Me surpreendi positivamente. Zach continua atuando como ser bizarro, e tira do sério inúmeras vezes Peter, o personagem de Robert, enquanto os dois se vêem obrigados a cruzar os EUA juntos. Indico!




É lógico que a lista não para por aqui, mas essa semana, é isso. Tenho ainda alguns (muitos) para assistir, e dicas nos comentários serão sempre muito bem-vindas, meninas! Espero que gostem, e assistam, para fugir de sempre um ser forçado a fazer a vontade do outro e tal. Besos!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Frases que gostaríamos de escutar, só que bem na verdade não





Ler somente quando contaminado com bom humor. Grata.

- Gorda nada, você nunca esteve tão magra. E linda. (em meio a um ataque de nervos - e flacidez - tepeêmico)

- Aquela sua amiga é tão sem graça, não sei como tantos caras chegam nela. (desmistificando que todos os homens dão preferência às sonsas)

- Claro, amor, prefiro ir fazer compras no shopping junto contigo a assistir qualquer programa esportivo e másculo na televisão.

- Acho o seu bumbum o mais bonito do mundo, só olho para todos os outros decentes que passam porque é automático. (simplesmente porque às vezes eles olham, e quase sempre a gente nota mas se faz de louca)

- Adoro essa sua agressividade na TPM, é excitante. (ao invés de reclamar e culpar todos nossos pequenos ataques no período fatal do mês)

- Não sabia o que era mulher de verdade até conhecer você. Aquelas minhas ex-namoradas não chegam nem aos seus pés, em quesito nenhum. (para evitar qualquer neura quanto ao passado do moço, uma boa e eficaz solução)

- Entendo que tudo em que você gasta é extremamente necessário, afinal, está sempre impecável. (no lugar de criticar nossas compras exageradas)

- Prefiro o seu cabelo sem chapinha e você sem maquiagem. (para nos poupar do excessivo trabalho de estar sempre linda pro querido e sim, gastar mais tempo ao seu lado)

- Sei a diferença entre magenta, pink, carmim, rosa, vermelho e vinho. (todos homens deveriam aprender a distinguir tons de cores, por favor)

- Vamos assistir aquele drama romântico água com açúcar que eu sei que você vai morrer chorando enquanto assiste? (porque todos deveriam nos achar bonitas mesmo se debulhando em lágrimas intermináveis)

- Você deve ter tido um dia cansativo, vem cá que vou fazer uma massagem nos seus pés enquanto deixo que assista ao seu seriado de mulherzinha favorito. (porque quem faz geralmente isso somos nós)

- Esse seu amigo gay é engraçado (porque poucos sabem conviver em harmonia com opções sexuais diferentes. alguns fingem)

- Tenho uma surpresa pra você hoje à noite. (nos surpreendendo e fazendo as mulheres mais felizes do Universo)

- Pode usar batom vermelho. Acho sexy e não me importa muito que os outros achem também, afinal, você é minha. (vale para saia curta, roupa justa e também saltão)

- Hoje à noite vou deixar de ir à academia para cozinhar para você à luz de velas. (meu atual sonho de consumo)

- É, você tem razão, melhor eu tomar um remédio para a gripe. (braço a torcer e nossa felicidade!)


Agora imaginem todas essas frases ditas. Graça minguante, relacionamento monótono. Bom mesmo é ser desafiante como é.