quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ao seu passado



Prezado ontem, meses atrás, ano passado: como preferir. Falo por meio desse escrito porque realmente, quero distância. Pouco me importa que antes de nos conhecermos ele tenha comido várias, beijado ainda outras mais por aí ou se apaixonado pela primeira, segunda, décima vez. Enfim, tenho algo muito melhor lá em casa, e que, até onde sei, faz contato e tem sintonia lá do outro lado da cidade, na casa do moço também: essa atual dádiva que tem sido gostar cada vez mais um do outro, deixando pra trás toda a gente chata que não nos quer juntos, as impossibilidades que nos impedem de se ver tão seguido e você, claro. Semelhante ao dele, existe sim esse pretérito meu também – porém, adormece lá atrás, nada perfeito e na minha vida atual, incabível. Ao seguir viagem pra esse meu rumo interessantíssimo onda não falta amor, admiração, beijinhos dispersados e contatos ao longo do dia, deixei minha parte de “antes dele” também num banco de praça qualquer, embaixo, de canto, meio blasé e totalmente off. Alguma coisa que outra veio comigo, como as peripécias já contornadas e um tanto de cautela adquirida. Muita maturidade. Sei que quis tanto viver esse agora suave de uma intensidade embutida que faz querer mais ao invés de enjoar (o que faz dar aquele pulinho no futuro quando o lance é intuição ou sonhar um pouquinho lá na frente mesmo, mas sempre com o moço ao meu lado). Como dá, vamos dando o jeito de não deixar que a saudade se alastre em limite recorde. Quando dá, nos vemos – o que é sempre imensamente melhor, porém, de uma raridade valorizável.
Pois bem, sei que você nos ronda. Aliás, tenho certeza. Não por incompetência ou culpa do meu rapaz favorito, mas sim, porque outras ainda não largaram você de mão e o fazem viver na forma mais triste, nostálgica e que me dá a maior pena possível: de lembrança. Do que já foi, e hoje é comigo e ao meu lado. Preferia nem ao menos saber da sua existência, entenda. Fique também o senhor, mais velho e consistente que eu, onipresente uma vida inteira, numa parte do caminho em que seja visitável, porém impossível de habitar. Peço também, que se possível fique longe, que meu conhecimento em relação ao que representa todo o legado que já foi você seja esse pouco que já me faz calar em conversar e imaginar cenas desagradáveis. Deixe na estrada algumas memórias inocentes ou infantis suas, nada que vá me fazer mordida internamente ou uma granada prestes a explodir por não ter sido eu protagonista ou figurante disso que já passou e não me teve. Como essa roupa que não o serve mais, desapegue da gente. Nos deixe ficar com estigma de verão e, refrescados, estrear o novo de ser juntos e ser dois sem manchar de raiva esse conto que não é de fadas, mas sim, de vida vivida, corrida, desse nosso dia a dia atribulado. Mas melhor: real.
É compreensível que nossa antipatia seja gratuita, afinal, fiquei com sua vaga e tirei seu lugar, porém espero, de coração (e acredito que sei, quase com certeza) que o aprendizado de vivências e experiências costuradas a felicidades, frustrações e traumas tenha agregado bastante aprendizado ao tal jovem que, você nem deve saber – e espero realmente que não saiba – chamo de mais lindo do mundo todo. Tudo pela vida desse nosso presente que tem sido surreal de tão bom, e que por mim, não tem data de término, fúneral nem nada do gênero que traga o fim como uma realidade. Para que a gente tenha cuidado e apenas prolongue essa sensação de ser novidade um pro outro, a cada detalhe desconhecido e então revelado, a cada mistério desfeito e face oculta do outro mostrada, que a gente prossiga curtindo muito o dedo mindinho do outro, as caras e sorrisos únicos – e que você, infelizmente, se mantenha distante.
Assinado: eu que espero nunca entrar para o seu arquivo e me conservar sempre na parte do dia dele que traz felicidade, e não dor de cabeça.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Like a virgin


Necessária, duplamente corajosa, escrevo. Tanto sobre as escolhas que fiz até agora, como para discorrer sobre o tema. Pois então, no segundo grau, era o assunto pautado em tudo quanto é canto, tanto da sala de aula, quanto no cursinho de inglês, entre as meninas apenas, reunidas (os guris, com certeza) e tudo o mais - fugir não era escolha; aguentar, a única opção. Uma a uma, vi minhas amigas (quase todas) perderem aquela parte tão comentada da "inocência", comentar posições e preferências sobre as quais eu apenas imaginava existir, mas desconhecia, e sim: quebrar a cara. Num balanço entre alguém se dar bem no primeiro pulo à experiência ou reconsiderar o ato - falho - quase nenhuma estava realmente satisfeita com o ocorrido, o que me desencorajava, sim. Se entregar no calor do momento para depois ter que aguentar o quem sabe inesperado, o talvez já premeditado frio na reação de pesar no conceito do outro. Ou muitas vezes, de saciar a vontade e não ser mais desafio, e ver pela frente apenas uma mágoa e um baita arrependimento tremendos a por algum tempo sustentar.
Meus relacionamentos, todo muito superficiais. Rasos mesmo. Acredito que nunca quis talvez alguém tão por dentro da minha vida que se aventura-se também por partes indescobertas minhas que nem eu mesma tinha maturidade suficiente para reconhecer. A tendência, como sempre, é a melhora - o que no meu caso, acredito que tenha vindo com tempo e o tal autoconhecimento, sim. Me vi com muito mais corpo, naturalmente morena e depois ainda mais, para escolher pela simplicidade e naturalidade: também, mais confiante. Mais madura, consciente e sem aquela sede juvenil de querer apenas para ser uma no bando, mais uma ali. Verdade também, que algum tempo foi perdido em vão na busca de um príncipe perfeito que hoje afirmo com toda certeza, não existe.
Assisti à muitas primeiras vezes, me esquivando da minha. Essa é a grande verdade. Lá dentro, apitava a intuição: não é agora, não com ele, não é a hora. E nada. Alguns caras pulavam fora quando ouviam "sou virgem", outros me perseguiam insistentemente apenas para isso (o que, mulher que sou, lógico que notava). Eu e Sabrina Sato temos algo em comum, além das pernas que não afinam: também demorei a conhecer o que realmente representa a palavra "sexo" . Descobri o que vinha mesmo a representar tal junção de duas sílabas mais tarde do que vem a ser normal nos dias de hoje. Não por falta de oportunidade, mas sim, de luz no momento exato, de alguma visão maior sobre o panorama todo que me dissesse, indiretamente: vai, se joga dessa vez também. Dos meus impulsos, esse nunca antes acometido. Das minhas amigas, não cheguei a ser a última mas longe também de ser a primeira. Sem me arrepender em nenhum segundo. Dos apelidos: Madre de Calcutá, A Virgem, Santinha. Nada que me abalasse demais. Assim como, nenhum cara que realmente valesse a pena. Pois então, desencanei. Sofri um tanto, amadureci ainda mais. E parece que é mesmo quando a vida vai nos dar outra rasteira, que ela nos joga
Não escrevo sobre algo que ocorreu ontem, ou coisa do tipo. Mas sim, apenas para dizer às tantas meninas que se pressionam seja pela curiosidade própria, pelas amigas que incentivam, pela mídia que impõe que, se você não transa, não é "descolado", não é bacana ou coisa do tipo, que esqueçam isso. Legal é se gostar a ponto de ter certeza do que está fazendo. Mesmo que não seja um namorado, alguém com quem se esteja algum tempo, que se olhe bem dentro do olho, que se perceba intuitivamente e por alguns sinais emitidos, que vale a pena. Nem que seja por uma noite - mas que ali, no momento, valha a pena. Há mais que se estar ciente e certa do que pode acontecer dali pra frente que selecionar com inúmeros detalhes e restrições; isso ou aquilo não importa. Vontade, intuição e um tanto de se estar madura junto com alguém que não demonstre apenas apreço físico quanto psicológico e inteligível ou que vá zarpar assim que conquistar o "título" obtido.
Tantas primeiras vezes ainda pela frente, mesmo sem cunho algum sexual, erótico ou carnal - ou sim, por que não? Uma grande verdade que corre por aí, é que ninguém morre virgem: a vida, essa danada, fode com todos nós enquanto é tempo e sem dar aviso. Em menor quantidade, ou do jeitinho certo, inteligente é quem não deixa furar o bolso das oportunidades e aproveita, com o radar da intuição ligado e um pé fincado ao menos na realidade enquanto o outro ensaia o pulo. Vivos, humanos, sensíveis, seremos ainda tocados por tantas primeiras vezes à frente. Pressa, nesse caso em específico e especial, só abriga insatisfação.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Don't put a ring on it

Bem possível que todos aqui  me vejam noiva pelo romantismo que possuo. Isso mesmo. De vestido, véu e quem sabe grinalda, talvez. Embora ache o casamento uma instituição que abriga mais falência que sucesso em relacionamentos contemporâneos, confesso que caso suba ao altar, será por pura vaidade ou costumes familiares. Ou ainda, me case de alguma maneira inovadora - o que vem sendo cada vez mais usufruído por casais do mundo todo, das mais diversificadas maneiras. Juiz de paz se tornou padre, e igreja, palco de tantas uniões, hoje é trocada por praias, salões de festas, hotéis, fazendas e os mais diversificados cenários.
Pois bem, o que me intriga então, é o anel. Mal começaram a namorar e lá tem os dois, jovens, adolescentes, muitas vezes, púberes, anéis de compromisso. Com data e os nomes do casal escrito. Por vezes, alguma jura cafona de amor que não será cumprida nem pelos próximos meses, nem nunca, claro. Comprometimento, laço, território marcado; delimitado. Ó, a moça tem dono. Mas ele tem aliança, não é solteiro. O que é bonito na teoria na prática não garante absolutamente nada: bolsos existem, carteiras e criados mudos idem. Retira-se do dedo o amor explícito pelo outro para se fantasiar sem amarras e apegos, por alguns momentos. Há quem confie e não precise de provas e ações ou ornamentos explícitos para provar fidelidade; há quem use de todos os meios possíveis, desde a troca de senhas, até a revista injusta de mensagens e ligações no celular do outro quando este se ausenta por alguns minutinhos para checar que, ufa: aparentemente - e anotem, pois para quem vive de fachada, a casa deve parecer bonita por fora ainda que venha a cair aos poucos e qualquer - está tudo bem. Será?
Me recusaria a usar qualquer anel, que não fosse uma aliança trocada após muito tempo de relacionamento. Provar para quem o que já está pacificado em nós mesmos, internamente? Desnecessito. Assim como noivar. Como disse, não aceitaria nem jantar, muito menos o tal anel de noivado. Pura babaquice. Pra que serve ser noiva? Ser enrolada por anos porque, poxa amor o orçamento não tá legal, vamos construindo nossa festa de casamento de revista aos poucos, que cê acha? Ou, amor, será mesmo que a gente deveria casar? Tô na dúvida, sabe como é, a relação do Fulaninho era maravilhosa e passou pra satisfatória depois que selaram de vez a união. E dúvida, e remorso, e espera, e muita coisa pode acontecer nesse stand by onde ser namorada e logo depois mulher, ou nunca mulher e para sempre algo que dure e seja sólido se intensifique: surtos, neuroses e revisão de um passo que nem sempre é certeiro ou para sempre - podem-se voltar algumas casas, mesmo avançando nesse tabuleiro chamado vida.
Que pra mim, do time dos apressados cheios de certezas perecíveis, casamento seja no ato, imediato: quer? Sim. Aceito. Também. Se possível em Las Vegas e antes que qualquer lado mude de ideia. Porque de sério já basta o lado chato e burocrático dos dias. E que a maior prova de amor possível seja atravessar cada uma das rotinas da semana sem que se perca o encanto e o brilho visto no outro, sem ser necessários avisos de propriedade enganosos, tatuagens ou acessório na mão esquerda. Suficiente é um sorriso que faça a felicidade durar, e atitudes que deem segurança e motivos para confiar. Noiva ou não.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Anteontem



Uma amiga disse ontem, que dois meses atrás, quando tudo ainda era início, não levava fé na gente. Chegou até mesmo a comentar com outra amiga minha que não duraria, que você veria como sou detalhista e observadora e noto tudo e exprimo o que sinto, e não aguentaria tanto tempo alguém tão certinha e que leva bastante a sério essa coisa de fazer parte do mundo do outro - quando realmente afim. Porque desde sempre, eu quis muito você, como já disse. E a outra amiga concordou.
Sessenta e poucos dias depois, o que vem a ser final de semana passado, ou mesmo anteontem, voltaram ao assunto: e puxa, não é que vem dando mais certo que a gente imagina? E que ele é assim, quase que do mesmo jeito dela? Que também entra nos mesmos tetos pequenininhos e que são incompreendidos por quem fica de fora da nossa linha delimitada de felicidade. Elas, que julgavam tanto você como moço quieto e sem muita paciência, hoje se forçaram a admitir que ou eu amadureci em larga escala, ou você é mesmo o cara ideal para mim. Sim, ela quem disse isso. Nenhuma invenção, sentença aumentada ou delírio meu.
Eu, sentada como quem já havia chorado rios no caminho chuvoso para a despedida da minha amiga, escutava em silêncio enquanto ela tragava o cigarro e discorria sobre nós dois. Que desde aquela primeira vez que saiu com a gente, no barzinho, viu que talvez, opa: desse certo. E que queria muito que você fosse dar um tchau para ela, pois ela gostava de você. "E sabe por que eu gosto dele? Por que ele te faz BEM criatura. Acorda!". Daquele jeito dela de quem vive num planeta próprio, em uma galáxia pertinho daqui. De quem nem vai ler esse texto, mas talvez algum dia adquira paciência e gosto pela leitura, e vai que né, encontra por aí, sem querer esse meu escrito.
Daquela tristeza de discutir com você, de quando o dia passa de "agradável" ou "suportável" para "o pior momento de todo o milênio", da pequena raivinha da sua demora e enrolação em me buscar pelo cansaço, aliado à falta de vontade de sair, eu sorri com todo esse discurso pró-você que parecia interminável mas matava lentamente todo recente caos entre nós dois. Alguém, dentre os tantos amigos ciumentos, e adversidades, e contratempos e diferenças que tentam nos barrar, agora acredita muito em nós, e quer que você fique comigo, e eu seja feliz e escreva livros por um bom tempo. Vi qualquer mágoa ir pra longe, senti a raiva sumir em questão de segundos. Porque ali, onde eu antes estava puta da cara enquanto ela fumava e não calava a boca, eu confirmei que não tenho sido louca nada, e sim feliz. Com toda a razão do mundo em curtir e querer cada vez mais você.
Minha amiga, que diverte enterro e desentedia prantos e tardes tediosas com aquela voz singular e as atitudes impensadas, depois daquelas frases todas me fez levantar e além de estremecer, sorrir. Começou a conversar com os dois franceses que estavam atrás da gente e talvez tenham escutado tudo, mesmo não entendendo praticamente nada. E eu ria, por que no hostel onde as pessoas se divertiam, eles temporariamente moravam. De repente, me puxa alguém e eu não vou. Vejo de relance seu moletom verde musgo e a calça jeans sem querer com aquele rasguinho, que talvez quem tenha feito fui eu. E me puxa de novo, e não titubeio. Te olho. Sem saber o que dizer. Dúvida entre: "por que é que você veio?" ou "disse para que você não viesse". Ou ainda, "para de me olhar lindo assim, e sério assim, que eu derreto toda e não fico mais com a cara de braba". Sei que fiquei apenas analisando muito cada detalhe seu e mesmo me sentindo muito feliz por dentro, consegui apenas exprimir "não vamos mais brigar, tá? nunca mais." Porque você chegou antes do que eu imaginava e me surpreendeu indo onde eu estava e você não queria comparecer. E não quero perder nenhum segundo do tempo de ser feliz do seu lado, que é exatamente agora, com discussões bobas de frases mal interpretadas. Porque você é esse anjinho com nome de príncipe que tem iluminado os meus dias, e eu, má que sou de vez em quando, é que ando querendo que você passeie comigo pelo inferno (bem ao contrário daquela frase da Adélia Prado que te mostrei). Porque eu gosto tanto, tanto, tanto de você, que é injusto o desgastar assim em mim, dessa maneira. E eu fico imensamente mais em paz com você ao meu lado, mesmo que seja não falando nada, cansado, apenas respirando e brincando com a minha mão. Enquanto eu tenho cada vez mais certeza, aqui dentro, que sérios e ciumentos, a gente pode mesmo ter se encontrado por acaso, mas fica por ter certeza que é feliz sendo a parte boa do dia do outro. O melhor casal de todos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ele só não te quer



Senta aqui, deixa eu te falar uma coisa. Ele que some por dias, corre atrás só quando te vê caminhar pra longe, desmarca programas em cima da hora, é sucinto quanto à própria vida e mais superficial que piscina infatil. Esse mesmo que você tanto fala, e todo dia vem com alguma nova furada tentando desesperadamente consertar pra ter em troca um pouquinho de amor marejado. É, ele só não te quer. Simples. Pior de tudo, que nem culpado pode ser. Talvez sim, por não ser honesto logo de cara. Contudo, bem sabemos o quanto a covardia já é item de fábrica em praticamente todo ser bicho homem, e por isso, a prolongação de situações tediosas, insuportáveis e para nós, torturantes. Não é porque terminou um namoro agora, ou nunca teve simplesmente um relacionamento decente. Nem porque é novo, ou anda trabalhando demais, ou ainda, a faculdade exige muito. Pra cada alternativa que você cria, uma desculpa. Chegar a esse ponto obscuro de perder qualquer amor próprio na busca de se achar num sentimento que o outro nem chegou a cogitar existir. Larga esse telefone, apaga o número desse panaca, não espera mensagem nenhuma porque na verdade, o que ele quer é ter em quem afogar a pressão final da noite (ou o próprio ganso), de quem não conseguiu algo na festa, e tenta tentando a agenda-geladeira onde congela quem desperta interesses específios e minúsculos, diante as possibilidades de amor de amor decente tão sonhadas.

Você, que quer tanto ter com quem dormir - e que isso não se resuma a um programa especificamente sexual. Mas sim de braço masculino envolto em cintura feminina, duas respirações próximas, pé com pé. Você, que aceita ir pra casa do sujeito que mal deu um beijo na boca e se culpa o dia inteiro seguinte, sabendo que juntamente com sua dignidade e o caráter do cara, suas chances de algo que desenrole tenham caído drasticamente. Você, que cumprimenta ele que vira a cara de tanta vergonha. Você, que liga bêbada no meio da madrugada com aquele punhado de esperança embutido na voz alcoolizada. Você que intima, sufoca, stalkeia e cola no pobre coitado: dá um tempo. Se foque em si. Nutra aquele amor que desde cedo mamãe e papai plantaram e ensinaram que, é importante, sim. É olhando muito pro próprio umbigo que a gente chama atenção em se concentrar tanto sendo nosso centro do mundo que acabamos chamando atenção que puxa, ela se cuida. Melhor: se gosta. O único amor livre de qualquer traição, infelizmente, é o próprio. Tá pra nascer quem prefira o outro a si mesmo, depois de descobrir a maneira boa e sadia de se automimar.

Por isso é que digo: desencane, que uma hora aparece. Não aquele seu tipo cafajeste e sem um pingo de índole, mas um cara bacana que de repente assim, aos pouquinhos, vai tomando espaço e te dando possibilidade de surpresas, estômagos compressos e pernas agitadas. Sem expectativas, deixando toda e qualquer possível irrealidade, imaginação fértil longe do terreno dos pés no chão. Agora, se não é você quem ele quer, caia fora. Vença a insistência interna em achar que, só porque você está ali a todo o momento e fazendo certa pressão, ceder é a única escapatória do sujeito. Há ainda os modos 'ignorar' e 'partir pra ignorância' - o que não se baseia em violência física, mas na irritação tão suprema que chega a ponto de deixar a razão de lado e as palavras soltas, ferinas na sua direção. Se passaram três dias, e o sumiço do moço se fizer uma constante, se você é deixada falando sozinha com frequência, se quem apenas se preocupa e sente esse caos que se tornou a situação toda também é você, se livre. Vá para uma academia, faça compras, se foque no trabalho, saia com as amigas, adote um animal. Tudo, menos descentralizar da sua vida, desse momento tão presente que se inaproveitado passará em branco enquanto você, tentando o impossível, mirou em quem não se deixa atingir tão fácil, não por você.

Chega de desilusão e contos de fada, de cegar à si mesma e não escutar quem tanto tenta alertar quanto aos perigos de um comportamento assim, tão irracional e errôneo. Corações pulsam mesmo, mas será que não dão defeito assim, despertando a qualquer toque que pode na verdade ter sido um esbarrão, um desencontro, um mero engano. Ferrenha seja a boa vontade em desconfiar no começo e se entregar, apenas quando o jogo estiver aberto e os sentimentos, simbióticos. Que amor mesmo, a gente não persegue: se dá conta assim, como quem não quer nada, mas deseja lá no fundo muito que pode mesmo ser. E se beija, e se quer, e sente falta mesmo tendo passado apenas meia-hora longe. E liga. Responde. Procura. Tanto de um lado, quanto de outro, o lucro - que ao invés de líquido, é sentimental - vem em dobro e em forma de sorrisos apaixonados e cafuné na cabeça.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Da prolixidade irrefletida à quietude reflexiva

 Das malcriações de quando era criança, lembro bem da voz da minha mãe no repeat: ó, menina, não responde. Lá ia eu ouvir sermão sem nem retrucar, deixando escorrer na decepção de não ser adulta qualquer chance de me defender as artes que inventava? Capaz, bem capaz. Das peripécias na escola, dos motivos que me levavam a agir sempre do mesmo jeito cheio de erros graciosos de quem é impulsiva e pensa só depois que o estrago já era rabisco na realidade, e a língua solta, sem freios antes de conectar o pensamento. A boca grande e com os dentões de até hoje em dia, não se continha: falava, e debatia, porque briga histórica tinha que ter bate-bocas acalorados e manifestações, tanto de um lado como de outro, que justificasse estar de mal quando a paz é quem deveria ser conservada.

Com o tempo, cresci e continuei uma respondona nata. Aliás, agradeço ao HD da minha mente, que roda em velocidade quase recordista de maratona e já sabe a maioria das réplicas que devo dar, os momentos fatídicos para se fazer uso daquela memória que a gente perdoa, mas não esquece. Gostava de sair como vencedora de embates furiosos com aqueles que me causassem qualquer ira momentânea. Poderia ser meus pais, o amor da minha vida, a minha melhor amiga - lá ia eu despejar um monte de impressões desfiguradas e depois morrer de dó, de arrependimento. Pois então, notei de repente que feria as pessoas com essas minhas devassas ofensivas. Sim, na minha pressa e loucura em ir falando (prolixa que sou, é só dar corda que vou e titubeio em parar, na maioria das vezes sem notar o timing de cessar fogo - ou voz). E que assim, mesmo sem querer, dessas minhas cabeçadas muita gente acabava guardando mágoa e ressentimento mesmo sendo essa a última das intenções quando com alguém brigo, ou discuto. A verdade é que com força e frases muitas vezes já arquitetadas antes para atingir justo no meio, no ponto inimaginável onde ninguém tem coragem de tocar, eu desmanchava um tanto do bom sentimento das pessoas por mim, desnecessariamente, falando e falando demais no ápice das minha revoltas. Por se saber a capacidade de deixar em prantos, destruir boas lembranças e fazer rair um ódiozinho assim pequeno, mas potente da petulância dos que falam demais quando combatem e se arrependem em dobro, mais tarde é que resolvi parar. De alguma forma, costurar mesmo que imaginativamente as palavras no cérebro ou mesmo dentro da boca; que saltassem os olhos, dos gestos tomassem conta, mas à tona não viessem, até porque feito flecha: não voltam.

Ultimamente, de tanto que já falei e me vi obrigada no papel de Madalena arrependida a pedir desculpas mesmo quando a razão se encontrava do meu lado, pousada no meu ombro feito papagaio e pirata (porém quieta) eu calo quando por dentro incendeio em pontadas de cólera, raiva e aversão; às vezes até, desprezo. Me aquieto pois é a maneira mais simples de responder a quem tanto diz, e realmente não se escuta, cego, surdo e mudo no transe de quem enlouquece de indignação. Tem sido melhor, pois me dou tempo para refletir sobre ocorrido, ponderar atitudes e após certo tempo até o mute aciono - já nem me dou ao trabalho de decifrar a escuta de discursos cheios de repetição onde geralmente, uma única coisa se quer dessas batalhas todas: que a pessoa volte ao ringue das sílabas e letras proferidas e após alguém se sagrar vencedor, desculpas sejam pedidas, para logo em seguida, aceitas também serem. Fácil assim? Depende. Quando me atingem, é sempre sério e bastante doloroso, tão fina a sensibilidade desses escudos que fingem me proteger, mas mal conseguem cobrir a fragilidade que há em mim e também existe.

Dou menos pane, me sinto mais forte e me estresso num grau muito menor. Simplesmente silencio. E espero a  tormenta baixar, a poeira ir pra longe, os ânimos desejarem estar de volta às boas, de bem. Tenho escutado mais pedidos de perdão que anos atrás, esbravejo de vez em quando apenas para não perder de vez o velho habito e me sentido muito melhor por guardar para mim pensamentos mal elaborados, ideais ainda pré-moldadas, selecionando e esperando a hora certa do que deve ir à tona, e daquilo que pede resguardo quase que eterno. Uma vitória e tanto pra garotinha que batia o pé, colocava a mão na cintura e aumentava a voz fininha, que não se calava quase nunca, conseguir a serenidade quando o caos se instaura no ambiente, nas veias pulsantes, entre duas pessoas. Pra quem sempre falou demais e se culpou tardiamente pelo erros crassos cometidos, nenhum pio é elogio.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Borogodó: Made In Brazil

Como já havíamos combinado, e tanto me foi pedido, lá vamos nós enumerar alguns dos charmosos mais encantadores desse nosso Brasil. Ouvi algumas opiniões, li outras, e por mim, espero ter montado um time pra guria nenhuma colocar defeito. Vamos então aos moços de borogodó mais pertinente made in Brazil:


 1) Daniel Bueno

 

Nem há muito o que precise ser dito.Daniel apareceu para o Brasil quando se confinou em Itu, no reality show "A Fazenda III" - do qual se sagrou ainda campeão. Faz o estilo bom moço, paizão (rememora em tudo quanto é ocasião os filhos), é gaúcho e agora, milionário. Ganhou o apelido "touro reprodutor" do apresentador Marcos Mion por, no programa, ser conquistador e derreter o coração das meninas, às vezes sendo até insinuante. Além de lindíssimo, claro.      

  2) Mateus Verdelho






 

O modelo ficou muito mais conhecido por ser o noivo da panicat Dani Bolina do que por seus trabalhos. Ou na verdade, talvez já o tenhamos visto por aí, porém, seu nome resplandeceu na mídia assim que o pessoal do Pânico na TV fez a maldita gincana que foi incomodar a dançarina pra que ela desistisse de casar. Na minha humilde opinião, os dois além de combinar, fazem um casal muito belo. Que ela valorize o bendito presente que tem em casa, né, meninas!

  3) Wagner Moura








 O capitão supremo de todo e qualquer borogodó. Wagner não faz o tipo bonitinho-perfeito ao quais fica até difícil escolher o atributo mais condizente. Não. Ele lidera o ranking no quesito "tem um charme que não sei explicar". Inteligente, de opinião e ótimo ator. Charmoso de carteirinha também, claro.

 4) Paulinho Vilhena






Lembram de quando ele namorou a Sandy? E de quando ele resolveu usar saias pela noite carioca? Eu recordo. Por último, a namorada (a meu ver) melhorou, mas continua polêmico like ever. Esses dias, cuspiu num dos rapazes do CQC. Igual, tem um quê a mais, mesmo sendo gago em novela das sete.
                                                                                                                                                                

         5) André Bankoff

  
Confesso que não sei muito sobre o cara, mas casualmente, quando estava esses dias em casa no horário da péssima  novela das 19h, vi o moço que, na trama, é apaixonado pela empregada da casa. Super charme de olhos azuis, curti deveras. Alguém aí imaginava que ele já tentou a carreira futebolística? Pois então, bate mesmo um bolão.

  6) Rodrigo Lombardi



Não tem mulher que não tenha desejado ser indiana e ter o lugar da Juliana Paes na novela. Além de bom ator, de um charme inquestionável (já que a beleza, de óbvia não tem nada). Quando sorri, consegue melhorar o que já é bom.

7) Thiago Lacerda



Acho que dispensa comentários. Como sou fã de homens altos e barba por fazer, achei ele lindo justo nessa imagem. Era bonito já quando fazia italianos em novelas, mas pra mim, a safra só tem é melhorado com o tempo. Cada vez mais com cara de homão, bem ao meu gosto.

8) Raphael Viana


 Não tenho tempo para acompanhar novelas, como acho que já disse aqui. Porém, claro, quando      vouao salão ou em algum lugar que me forçam a esperar e ler revistas, dou umas paginadas, não   minto. Daí que há uns meses vi o tal moço estampando as páginas de uma publicação do gênero e   me encantei. Participou de Araguaia, recentemente e foi indicação (merecida) de algumas meninas via Twitter. Digno, não?

9) Selton Mello
  
Além de beleza, inteligência. Papéis bem escolhidos, uma carreira sólida e multifuncional. Rapaz de opinião, Selton se arrepende de não ter curtido tanto a vida. Nada que muitas de nós aqui, suspirando, não possamos resolver pra já. O irmão, Danton, vale lembrar que também é BEM gracinha. DNA bom dá nisso daí..

10) Guilherme Winter




Me esforcei para não colocar apenas atores ou gente que aparece na televisão de meses em meses por aqui, mas ficou complicado. Acho que gente bonita deve atuar bem, ou eles querem mesmo só o pessoal top na mídia pra gente se esforçar e ficar assim também. Mas como vieram várias sugestões de última hora, lembrei que já vi esse moço na tevê, mesmo acompanhando pouco, e que é bem charmoso mesmo. Tem uma voz doce, ainda por cima. Uma única coisa que pesquisando me deixou meio assim: Dança dos Famosos no Faustão. Mas quem é perfeito, não é, gente? Desconheço ainda.

Essa é a lista então, meninas. É pra vocês, cada uma das lindinhas que lê aqui o Calmila com frequência e gosta, e comenta, enfim. Eu prometi, e mesmo já tendo quem achar bem charmoso e feliz, cumpri a tal lista. Até porque, a gente sabe bem que esses moços de novela, seriado, televisão tem o borogodó lá no alto, mas nada como um único ser que nos tire de órbita ocasionalmente e tenha também algo que não nos faça resistir nem titubear uma vez sequer. Um brinde aos lindos, tanto do nosso dia-a-dia, quanto que os que apenas os olhos nos enchem de felicidade!