- Por que você gosta tanto de mim?
(Segundos suspensos no ar. Mente que roda ativa, procurando alguma resposta cabível e imparcial; válida, e compreensível. A escuridão do cômodo refletindo apenas o teu olho branco, que brilha acompanha meus movimentos lentos, enquanto eu mesma me pergunto: como gostar tanto de você? Pelo aprendizado, quem sabe. Por você estar de meias brancas, e não pretas. Por esse destino traiçoeiro, que me entrega um cartão com o seu nome, me faz escutar teu sotaque em cada esquina dessa cidade turística, e te ver em outras pessoas, a qualquer momento; desprevenida. Ser apaixonada pela sua barba, e seu cabelo assim, comprido - e não curto. E passear minhas mãos por entre os fios escuros, porque meu cabelo é liso e claro demais pra qualquer cafuné. Gosto de ir conversando a vida aos poucos, como quem não tem pressa de acontecer. De poder rir da sua letra, visivelmente máscula. Ver que você se esforça pra ser sempre mais, melhor. E achar isso completamente afrodisíaco. Poder brincar de qualquer festim existente; sem deixar o tédio consumir vezenquando. Massagear as tuas costas. Detestar em conjunto à ti tomate e cabelos curtos, e usar o mesmo shampoo, e a mesma pasta de dente; por mero acaso, e não por indicação, ou combinação. E ainda assim, adorar a adversidade de gostos musicais, nos separando tanto em afinidade. Lembrar de algum momento memorável, e sorrir sozinha, um pouco boba e totalmente insana. Pensar em você, e bobagens purpurinadas brilharem na minha mente. E num atentado de loucura ao meu pudor, comprar um brinquedo que te lembra a infância; deixar na sua portaria, para surpreender de qualquer maneira. Rir do seu ciúme bobo dos atores da televisão, e sorrir me sentindo quase uma lagartixa; esmagada na parede, sob a sua respiração forte na minha orelha miúda. Pedir pra você um sorriso, quando você quase me sufoca entre braços. Conversar sobre o meu futuro, e o seu. Ouvir atenta as sugestões que você sempre me dá do que fazer, de que caminho seguir. Fechar os olhos, quando você beija a minha testa. Roçar o meu nariz no teu, porque eu acho beijo-de-esquimó o gesto mais simples, e ao mesmo tempo mais puro, de amor. E nunca me assustar realmente, ou rir, quando você finge ter um ataque do coração, ou quase morrer. Mas não saber o que fazer, caso isso realmente acontecesse. Sempre esquecer algo, seja minha sombrinha inseparável, ou algum brinco - como num ato coincidente de deixar minha marca, mesmo que sublime.
Apreciar até mesmo a roupa que detesto, e que você coloca apenas pra ficar em casa; ter um carinho pelo chinelo enorme com meia, que você usa. Querer viajar o mundo na tua companhia, e nunca revelar isso - se fosse o litoral, eu já ficaria feliz. Acampar, e olhar o céu estrelado. Amar o teu perfume; e senti-lo em todo lugar, em uma festa qualquer, e no meio do shopping. Qualquer toque, e cógegas; e logo depois, rir de tamanha sensibilidade. Te encontrar nem que seja em algumas horas do meu dia, suficientes pra me fazer feliz até um próximo encontro. Não existe uma razão, e sim, tantas. E ao mesmo tempo, nenhuma. O que há é algum sentimento, e escravidão louca, que me faz retornar sempre. Gosto, porque gosto. E não precisa ser dito. Talvez, porque há sempre algum empecilho, tantas barreiras a serem vencidas, e eu gosto de ser colocada à prova; sei posso vencer essas, e quaisquer dificuldades, quando quero algo. Pergunta cretina, e justo agora. Se eu realmente explicasse, nem o tempo seria exato, as palavras me fugiriam, e eu gaguejaria, aposto todas. Então, improviso.)
- Ah...Porque, sei lá. Não sei se tem um porque. Eu gosto de conversar contigo, a gente tem química, e é isso, eu acho. E tu, porque tu gosta tanto de mim?
- Porque tu me deixa louco.
Homens, sempre homens. E...Não é amor. Quem sabe um dia se torne, ou nunca aconteça. Por enquanto, não. Uma pena, um engano. Ou muito mais que isso.
(Segundos suspensos no ar. Mente que roda ativa, procurando alguma resposta cabível e imparcial; válida, e compreensível. A escuridão do cômodo refletindo apenas o teu olho branco, que brilha acompanha meus movimentos lentos, enquanto eu mesma me pergunto: como gostar tanto de você? Pelo aprendizado, quem sabe. Por você estar de meias brancas, e não pretas. Por esse destino traiçoeiro, que me entrega um cartão com o seu nome, me faz escutar teu sotaque em cada esquina dessa cidade turística, e te ver em outras pessoas, a qualquer momento; desprevenida. Ser apaixonada pela sua barba, e seu cabelo assim, comprido - e não curto. E passear minhas mãos por entre os fios escuros, porque meu cabelo é liso e claro demais pra qualquer cafuné. Gosto de ir conversando a vida aos poucos, como quem não tem pressa de acontecer. De poder rir da sua letra, visivelmente máscula. Ver que você se esforça pra ser sempre mais, melhor. E achar isso completamente afrodisíaco. Poder brincar de qualquer festim existente; sem deixar o tédio consumir vezenquando. Massagear as tuas costas. Detestar em conjunto à ti tomate e cabelos curtos, e usar o mesmo shampoo, e a mesma pasta de dente; por mero acaso, e não por indicação, ou combinação. E ainda assim, adorar a adversidade de gostos musicais, nos separando tanto em afinidade. Lembrar de algum momento memorável, e sorrir sozinha, um pouco boba e totalmente insana. Pensar em você, e bobagens purpurinadas brilharem na minha mente. E num atentado de loucura ao meu pudor, comprar um brinquedo que te lembra a infância; deixar na sua portaria, para surpreender de qualquer maneira. Rir do seu ciúme bobo dos atores da televisão, e sorrir me sentindo quase uma lagartixa; esmagada na parede, sob a sua respiração forte na minha orelha miúda. Pedir pra você um sorriso, quando você quase me sufoca entre braços. Conversar sobre o meu futuro, e o seu. Ouvir atenta as sugestões que você sempre me dá do que fazer, de que caminho seguir. Fechar os olhos, quando você beija a minha testa. Roçar o meu nariz no teu, porque eu acho beijo-de-esquimó o gesto mais simples, e ao mesmo tempo mais puro, de amor. E nunca me assustar realmente, ou rir, quando você finge ter um ataque do coração, ou quase morrer. Mas não saber o que fazer, caso isso realmente acontecesse. Sempre esquecer algo, seja minha sombrinha inseparável, ou algum brinco - como num ato coincidente de deixar minha marca, mesmo que sublime.
Apreciar até mesmo a roupa que detesto, e que você coloca apenas pra ficar em casa; ter um carinho pelo chinelo enorme com meia, que você usa. Querer viajar o mundo na tua companhia, e nunca revelar isso - se fosse o litoral, eu já ficaria feliz. Acampar, e olhar o céu estrelado. Amar o teu perfume; e senti-lo em todo lugar, em uma festa qualquer, e no meio do shopping. Qualquer toque, e cógegas; e logo depois, rir de tamanha sensibilidade. Te encontrar nem que seja em algumas horas do meu dia, suficientes pra me fazer feliz até um próximo encontro. Não existe uma razão, e sim, tantas. E ao mesmo tempo, nenhuma. O que há é algum sentimento, e escravidão louca, que me faz retornar sempre. Gosto, porque gosto. E não precisa ser dito. Talvez, porque há sempre algum empecilho, tantas barreiras a serem vencidas, e eu gosto de ser colocada à prova; sei posso vencer essas, e quaisquer dificuldades, quando quero algo. Pergunta cretina, e justo agora. Se eu realmente explicasse, nem o tempo seria exato, as palavras me fugiriam, e eu gaguejaria, aposto todas. Então, improviso.)
- Ah...Porque, sei lá. Não sei se tem um porque. Eu gosto de conversar contigo, a gente tem química, e é isso, eu acho. E tu, porque tu gosta tanto de mim?
- Porque tu me deixa louco.
Homens, sempre homens. E...Não é amor. Quem sabe um dia se torne, ou nunca aconteça. Por enquanto, não. Uma pena, um engano. Ou muito mais que isso.