terça-feira, 13 de março de 2012

Meu amor por gente louca


Lista de aniversário. Um daqueles momentos únicos no ano em que a gente pensa quem convida, quem fica de fora, quem iria, e quem, por mais que a gente quisesse muito, ia preferir fazer qualquer outro programa que ...não uma tarde num sítio afastado da civilização e cerveja, piscina, pouca roupa e afins. Sou de raros amigos de verdade, mas de um afeto muito grande por cada um desses personagens inigualáveis que escolho para continuar a novela interminável que é completar anos e ter tantos outros pela frente ainda (espero eu). Conclusão: eu amo gente louca. Ferramentas para: ser também um tanto quanto fora do normal. Resultado: é praticamente indivíduos de tal cunho que atraio.

A verdade é que eu amo quem se arrisque a sair dos padrões que a sociedade praticamente nos faz engolir. Abasteço meu afeto furtivo por quem se arrisca e não pede passagem, se joga e nem avalia o tamanho da queda. Esqueçam aquele estereótipo todo certinho e que, quando bebe se acha o louco da balada. Ou criaturas tão estranhas que seja impossível desenvolver qualquer conversa bem entendida e não tediosa. A minha paixão cresce ao grau de estranheza: use roupas marcantes, possua uma voz varrida e um comportamento incomum. Ideias malucas me fazem sentir apego, assim como gostos desatinados e um olhar daqueles que a gente sabe que pode divagar sobre quase tudo que imaginação não falta: a excentricidade me alucina. Claro que, alguns bons queridos íntimos e normalizados, centrados e cheios de esforço, são essenciais. Fazem com que eu queira ir em frente, deseja ser mais e ainda melhor: acredite na minha capacidade própria de poder ser mil em um milhão sem forçar a força habitual que tanto treino. Mas no campo camarada da coisa, é em quem delira que eu aposto todas as minhas fichas.

Do meu restrito ciclo de amizades, os que mais me identifico são os mais improváveis. Rola às vezes alguma discussão acalorada de opiniões sempre ferrenhas, conselhos sem pé, nem cabeça e muito menos racionalidade ditos por quem vive sem limites, manias esquisitas e qualquer coisa de anormalidade que ajude a contar o capítulo da história do outro também sendo escrita. É sempre de embates filosóficos com bons amigos que saem enxurradas de ideias proveitosas e muitos pensamentos interligados que conectam em algumas outras, meio sem querer - até então, despertas.

Esqueçam hipsters, drogaditos, gente que se acha super descolada e é motivo de piada, pensantes de carteirinha ou qualquer estereotipo que remeta loucura. Aceitar que loucos somos todos nós, é também, disparidade: a quantidade de tédio que algumas pessoas nos proporcionam é absurda. Por mais lindas, politizadas, inteligentes ou assertivas, um marasmo de ideias, nada que realmente nos marque um dia, faça lembrar antes de dormir ou dê vontade de sair contando aos quatro ventos. Que o que vale mesmo é que acelere o pensamento e faça fluir esse universo imaginário onde inconsciente e subconsciente se encontram de vez em quando - se é que não são os mesmos. Ter quem dê corda em nossas vontades (ainda) dormentes significa no fundo, muito. E é dessa insensatez em forma de companhia que eu não abro mão.