quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Andressa responde: Do começo de uma paixão



Então, aí tem esse cara que me seria dado de presente de aniversário, mas ele já estava "ocupado" (com gente escrota por sinal!) e não rolou nada além dele me add no facebook. Ok, viramos amigos e no face e ele nada. Dias depois tomei coragem (com coca-cola e Kit Kat) e convidei ele pra sair. Ok, ele não podia. Fiquei, então, zilhões de séculos esperando ele entrar em contato, mas isso não aconteceu.

Se ele sabia que era seu "presente de aniversário", poderia ter se dado antes. O chat do Facebook tá aí pra isso: se vocês usam com frequência e se vêem online, ele poderia ter arriscado algo. Quando a gente tem vontade, o sentimento invade. Mas enfim, prossigamos.
  
Me tornei crazy stalker, mas de maneira imperceptível. E os dias passaram. E passaram. E, por acaso o vi numa festa. Foi só por os olhos nele que meus joelhos ficaram fracos e quase cai de cara no chão. Apesar das minha mãos tremerem e suarem um pouco, acendi um Marlboro vermelho. Eu não tinha bebido nada, logo essa reação adversa só podia ser de responsabilidade dele. E foi assim a noite toda. Quando eu o via meus joelhos pareciam gelatina. Então, acidentalmente, ficamos próximos um do outro (dez passos no máximo) e eu vi aqueles incrivelmente lindos olhos azuis. E corri pro banheiro para vomitar. Sim, vomitei de nervosismo.  
Cena de filme. Nunca imaginei coisa dessas, ainda mais sem nem ter bebido nada com álcool. Nervosismo puro, eu diria. Sorte sua ele não ter visto, porque né - caso acontecesse, poderia nunca mais rolar nada (convenhamos que a cena não é das mais agradáveis, né).
Durante as semana duas pessoas disseram que eu estava in love. Não quis acreditar (ou será que não quis admitir?).
Geralmente, não queremos admitir. Para as pessoas ao redor notarem, já devemos estar apaixonados há algum tempinho e tão sob efeito que, nem nos ligamos. Faz parte do tal estado sublime da paixão, né? Hahahaha
Quarta-feira estava ele lindo no chat do facebook. Minha amiga me disse pra ir falar com ele. E fui. E foi fácil e divertido. Ficamos de nos ver na festa de sexta.
Quem não arrisca, não petisca. Se a outra vez fazia algum tempo e você ficava tão na vontade de que acontecesse, por que não fazer com que acontecesse? Achei digno. Ainda mais que o papo foi bacana.
Então chegou sexta. Cheguei cedo na boate. Olhei por tudo, nem sinal dele. Fui fumar e fiz uma amizade. E no exato instante em que ela me puxa pra fora da área de fumantes lá está ele. Nos cumprimentamos e antes que eu possa ver ele sumiu.
Misterioso o moço, heinhô.
Mais uma vez o destino quis me ajudar nessa festa. Fui pedir música pra o DJ. E quando olho para o lado (após descobrir que o DJ não gosta de Joan Jett) vejo meu bonito. E conversamos e ele me deu bebida. E, de novo, ele sumiu.
Como disse, ele curte um mistério. Ou tem medo de gente decente, já que no começo do texto você disse que viu ele com um pessoal escroto e tal.
Eu não deveria, mas já estava feliz com o avanço que tinha dado na festa. Afinal, conversei com ele sem cair no chão ou vomitar! Isso foi um avanço!
Verdade. Se controlar pode ter sido fator decisivo no final das contas (ou não).
Sai da festa e fiquei ali pela frente com uns conhecidos. Achava que meu bonito já tinha ido embora. Nunca estive mais errado. Logo saiu ele com uma amiga e foram ali fazer social conosco. Quando eu reuni coragem o suficiente para me virar pra ele e falar em particular, ele já tinha entrado de novo. Me irritei e prometi que não sairia mais dali enquanto não falasse o que tinha pra falar.
Definitivamente, ele é o sr. Mistério. Não sei se teria eu, Camila Paier, paciência para ficar esperando que ele ficasse ao invés de sumir. Moço escorregadio além de bonito, hein!
Fiquei uma hora mais ou menos esperando, de papo com o pessoal. Então ele sai da festa (com amigos like everrrrrrr). me oferece um cigarro. Pergunta se eu não quero ir a outra festa (isso umas 6:30 da manhã). Digo que não. Ele diz "tchau".
Houve alguma insistência da parte dele? Ele que foi falar? Pra que diabos sair de uma festa às 6h30 da manhã para ir pra OUTRA? Gente maluca.
Nisso chega uma amiga com um cara. Ele me diz: se é importante pra ti, vai atrás dele e fala o que tu tem pra dizer. Então saio eu correndo pela rua até alcançá-lo.
Compreensível. Quando algo é REALMENTE importante pra gente, correr atrás (mesmo que literalmente, como parece ter ocorrido no seu caso) é quase que uma necessidade. Espero só que o moço não tenha dado uma olhadinha para trás e notado de repente seu desespero, porque né. Mas que coisa mais de filme e tipo "é-minha-última-chance-correrei-desesperadamente-atrás-do-amor-da-minha-vida". Digno!
E digo: "Sabe, tu me deve uma"
Ele: "Pelo quê?"
Eu: "Pelo meu aniversário. Não sei se tu sabe, mas tu era meu presente"
(chegamos na frente da outra festa)
Ele: "E tu quer teu presente agora?"
Eu: "Eu quero presentes sempre"
E nos beijamos. Não sei dizer quanto tempo durou, mas sei que chão é terra se confundiram e o mundo despareceu.
Amei a última frase. Como se mais nada em volta existisse, como se o mundo fosse de vocês e enfim, quanta paixão. Torço daqui que seja recíproca, de verdade. Ousada a sua atitude, ganhou um presente e tanto - mesmo que, atrasado. Espero que o amor também responda chamada e marque presença!
Ele perguntou se eu não ia entrar nesta outra festa. Preferi não. Estava morto de cansado (24hs acordado).
Detalhe: pessoas saem de uma festa às 6h30 da matina. Entra em outra que é pertinho logo depois. Que horas será que cansam e vão para casa dormir como as pessoas normais? 11 horas da manhã, será?
Quanto ao fato de ele estar com você e ainda assim querer entrar em outra festa, cuidado: ele convidou você, mas isso não garantia nada quanto ao fato de dentro da buatchy vocês permanecerem juntos. Boa sua escolha de não entrar na festa, porém, não anula o fato de ele ter sensualizado com as tais pessoas malucas e incansáveis como ele.
Ele entrou. virei as costas para fazer meu caminho de volta. E eu chorava e ria e nunca. E ainda choro e rio com coisas boas, músicas e qualquer coisa quer me lembre ele.
Paixão em estado puro. Sublime, forte, que mexe com humor e ânimos e acenda aquela vontade toda. Coragem pra viver, cautela para aguentar tal estado; e ver se é coisa que dá e passa mesmo, ou fica e se torna amor.
Minhas perguntas pra você Andressa são:
- Você acredita em destino?
Acredito, sim. Deve haver alguma força maior, alguém que escreva linhas mesmo que tortas, nos mova como pecinhas nesse tabuleiro extenso e que nem parece muito que é o mundo. Aquelas pequenas coisinhas que acontecem sem motivo, sem explicação e como mágica são o que mais me faz crer que nem tudo - ou quase nada, no caso - é por acaso.
- Qual deve ser meu próximo passo?
Esperar, infelizmente. É terrível, é tortuoso, a sociedade é mesmo cruel, porém o seu interesse é tão claro quanto luz acesa e nítido quanto foto de câmera semi-profissional. Se houver interesse da parte dele, for recíproco e bom, invista, vá fundo, se permita viver o presente. Porém, dê o tempo necessário para que as coisas ocorram. Não se jogue num abismo que pode contar lá embaixo uma mola ou um colchão de ar, mas também nada e deixar você destroçado. Observe, e espere. Não se iluda, seja frio e racional - começos requerem que nos amemos, e muito, em primeiro lugar.
- Você acha que eu estou amando?
Amando, não. Amar é forte, tanto quanto a tal frase "eu te amo". Amor é outra coisa, como dizem por aí. Para mim, amor é convivência, admiração mesmo com intimidade, defeitos, erros. Construído por dois. Existente e notável após situações adversas vividas em conjunto e que demonstram que ali tem sentimento forte, tem laço durável e nunca indisfeito. Acho que você vive em estado de paixão, e que este, se alimentado, cuidado com carinho e etc. e tal, em dobro, em dupla e em duo; pelos dois, com tempo e detalhes amáveis, se torna então amor.

Quer tirar sua dúvida? Necessita de uma visão crítica, forte e autêntica quando a algo que para você está insolucionável? Mande para dessagoncalves_@hotmail.com e basta aguardar, ora pois!