quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

As garotas da cidade grande

Nada contra quem em metrópoles ou grandes centros urbanos não habita. Tudo a favor das moças que foram acostumadas a viver em meio à pressa, ao caos, aos relacionamentos superficiais e mudanças constantes. A princípio, pode parecer sutil a diferença entre mulheres habituadas a viver em cidades interioranas ou do litoral para aquelas que, desde o berço - mesmo já na barriga da mamãe - foram urbanizadas sem caminho de volta. Mas é na prática e na vivência, que em pequenos detalhes dá para notar o quanto tantas essas possibilidades apenas dão vida aos dias, e não o contrário.

Vão atrás. Se aqui não está dando certo, tenta-se ali. Ficar parada, qual o sentido? Não existe, não compreendem. Quem se acostuma às constantes buzinas do trânsito enlouquecido e a andar quase correndo pelas ruas da cidade acha um tédio tempo para descanso. Geralmente, quando com horas vagas, acha-se o que fazer. Desde pintura à óleo, curso de idioma, ou caminhada no parque. Ida ao shopping, deslocamento fácil até o centro, e táxi - que passam a ser uma boa opção quase sempre, ainda mais quando com o tempo começa-se a conhecer o caminho das ruas - um bom amigo. Mil e uma opções de alimentação, lojas sem fim, gente de tudo quanto é canto: menina que cresce em meio à tamanha diversidade, acaba achando barbada ser do mundo. Taí uma das gritantes diferenças.

É comum que chamem quem vive longe das regiões metropolitanas de "bicho-do-mato", ou "da roça", mas também não é por aí. Deve dar um sustinho vir morar num lugar quase dez vezes maior de onde sempre se viveu. Compreensível. Com o tempo, é possível que se habituem ao movimento constante, aos costumes cosmopolitanos, e até quase enganem quem é natural da fortaleza de concreto. Aprendem com facilidade o desapego quando nada mais funciona, a ir de uma ponta a outra sozinhas e a não mais serem conhecidas assim que o pé pisar na calçada.

O tino rápido. A percepção instantânea. Amizades poucas, mas que valham a pena. Morar perto de tudo, dar um jeito para ir de um lugar a outro. Habituar-se aos gritos e vozes misturadas, fumaças de poluição e cigarro, carros e mais carros em congestionamentos: acostuma. Bom convívio frente a quem for, mesmo que com o resguardo necessário, paz e harmonia somente para o final de semana: tá quase nos genes daquelas que vêm ao mundo nas maternidades lotadas dos bairros todos juntinhos que formam as regiões metropolitanas. Demora um pouquinho, mas com o tempo, big city girl vira quem quiser. Se aprende