segunda-feira, 16 de abril de 2012

Andressa responde: o bom sentimento pelo ex lutador de jiu-jistu


Bom, já sabes quem eu sou, mas a maioria das tuas leitoras não. Me chamo Helen Gomes e moro em Belém do Pará e por favor, quem ler essa história e conhecer quem será retratado como o sujeito principal, repasse a ele.

Gente, quanta coragem. Com nome e tudo. A cara à tapa. Essa é a dona Helen, vamos lá então.

Minha história começa no primeiro dia de aula da faculdade. Nesse dia, conheci o cara que será tratado como "Thomás", já que sei que ele ODIARIA se exposto dessa forma, posso dar a minha cara a tapa no mundo, pois seria injusto expor a pessoa dessa forma.

Lembrando: o nome do menino é fictício. Então, falemos sobre o moço intitulado Thomás.

Voltando, lembro exatamente como o conheci: ele vestia uma calça jeans super surrada (que provavelmente ele tem até hoje) e uma blusa laranja, estava sem barba e com o cabelo gigante. Tem os olhos castanhos e o cabelo cheio de cachinhos, parecendo um anjo (ou, no caso, o demônio). Numa aula de didática que estávamos, sentados em círculo, eu mandei um bilhete super besta dizendo: Oi, tudo bem? Toda a turma passou até chegar nele e acreditem, ele simplesmente ignorou e continuou prestando atenção na aula. E eu pensei: o que esse cara pensa que é? Todo mundo aqui na sala é afim de mim, só ele me esnoba. TÍPICO de garota mimada como eu era em 2010.

Segura de si, também. Admiro gente assim. E a gente já sabe: quanto mais difícil é, maior o nosso desejo. Já vi tudo.

Depois disso, não tentei mais nada por um tempo. Até que um dia, numa conversa em grupo, ele comenta de uma marca no braço dele que foi um bicho que tinha feito e eu toda besta prestando atenção na história, até que do nada me vem uma mega coragem e peço para tocar. Cês não tem noção da magia e dos sinos que tocaram nesse dia, eu fui pra casa tão feliz que peguei o ônibus errado e cheguei em casa super tarde.

Hahahahahaha que amor. Apaixonada mesmo. E só de tocar no braço do menino. Quão forte é o poder da felicidade com benefícios (ou não) nas nossas vidas né? Pra um moço difícil, é o começo da abertura de caminhos. Iniciou aí. Um toque na pele consegue o que palavras e outros gestos nunca antes tinham chance.

A partir daí, nos tornamos amigos e eu toda afoita como sempre fui, troquei telefone, MSN e todos os contatos possíveis com o garoto. Nessa época, nenhum dos dois tinha Facebook e por isso só trocávamos SMS e conversávamos no MSN. Nesse intervalo, houve as férias e eu fui pra SP ver a família e voltei pras aulas. Até que num dia eu me declaro pra ele dizendo que eu era apaixonada por ele e o cacete, e sabem o que ele me disse? Huum, nós somos só amigos, eu não posso ter nada contigo. Ah minhas queridas, eu fiquei PUTA da vida nesse dia, não sabia o que fazer de tanta raiva, mas fui levando e continuei cercando ele.

Putz. Das duas, uma: ou ele não era tão afim de você assim (vai ver que, nele, o seu desejo fatal não fazia efeito) como o resto dos colegas, ou ele se fazia mesmo de difícil. Tem caras que possuem um "certo" bloqueio e se escondem atrás de aproveitar a vida, pegar várias, beber pra caralho e usar drogas. Meio triste, mas acho que tudo deva ter um porquê no âmago de cada um. Enfim, ou ele realmente, até aí te via como amiga. O fato é que, por insistência sua, um despertar louco de querer você no cara ou sabe-se lá o que, algo aconteceu...

E passando o tempo e depois de levar vários tocos dele e dando toco em tudo quanto era homem que aparecesse, eis que um dia ele resolve testar ficar comigo.

Olha, haja paciência. Mas se você queria mesmo, conseguiu. Como eu disse: a tal da insistência. Nem sempre eficaz a longo prazo, mas poderosa quanto a indefinições, impasses e negativas veementes.

Foi o dia mais feliz da minha vida. Sinceramente, não me arrependo de nada que havia feito até aquele dia. E nós começamos a ter um relacionamento. Ele se apaixonou por mim e eu dava minha vida (e infelizmente ainda dou) por ele.

Que fortes declarações. Dia mais feliz da vida, uau. Deve ter sido uma realização e tanto (sério, juro que a ironia não tá aqui do lado). O negócio é forte mesmo. Pena que quando a gente entrega a nossa vida nas mãos de outra pessoa, ela geralmente não tem nem ideia do que fazer com tudo isso. Ou pior: fazem o que querem, o que bem entendem, e mandam e desmandam. Daí, se torna realmente triste.

Nós eramos como o casal perfeito, todo mundo dizia isso. Minhas notas aumentaram, minha vida com ele era "perfeita", até que ele começou a mandar e dizer o que eu tinha ou a fazer e eu besta ia na onda.

Bingo! Eu não disse? Se anular totalmente é furada. Acaba sempre dando merda.

Começamos a brigar feio. Bem feio. Sabe, ele começou a levantar a voz e eu idem, só que eu me exaltei mais e bati nele. Meu maior erro: ele é lutador de jiu-jitsu e dessa vez não se defendeu, apenas recebeu o tapa.

Gente. Que perigo, guria! Assim, quando começou a agressão da parte física, pra mim, acabou o respeito. E relacionamento sem essa palavrinha chave fica difícil funcionar. Mesmo que seja da sua parte e ele tenha deixado, é complicado. O tapinha que não dói, infelizmente, sempre evolui.

Com o tempo as brigas aumentavam e começaram as agressões físicas às escondidas, depois em público, até que quebrei uma mesa da faculdade jogando em cima dele pra poder correr dele. ]

MEDO. Pânico, pavor. É namoro da vida real mesmo ou a Bela e a Fera piorada? hahaha sorry a piadinha, mas JESUS. E tu não caiu fora? Surpreendi aqui.

O mais estranho de toda história é que eu não percebia o quanto ele me afastava das pessoas e fingia estar bem por isso. E meus amigos todos indo embora e eu só ganhando novos hematomas, físicos e psicológicos.

Claro, eu entendo. Meu deus. A história é chocante. Ele era abusivo, nos sentidos mais críticos da coisa: o psicológico e o físico. Também o emocional, sim. A gente quando tá cega de amor acaba permitindo esse tipo de coisa. Não sei se alguma amiga tua tentou avisar, mas sempre acontece. Fico triste que apenas hoje tu note isso, guria.

Ele começou a fazer uma pressão imensa para que eu tivesse o corpo perfeito, mas pior de tudo é que ele fazia isso baseado no fundamento que no começo do relacionamento eu mentia pra ele, que eu escondi meu passado, que ele queria saber de tudo e mandar em tudo.

Credo. Sério, como se permite um negócio desses? O corpo perfeito, jogar o passado na cara, te bater. Eu hein. Ele deve ou ser lindo, ou ter muita grana, ou um carisma enorme (é brinks, não me odeia). Mas assim, que complicado. Era tudo tão um caos que, aposto que quando tudo estava às mil maravilhas, pra ti acabava sendo o paraíso. Aquela esperança de que tudo volte a ser como no comecinho nunca morre na gente, não adianta. Somos brasileiras e acabamos não desistindo nunca (ou não).

Ele "compensava" por assim dizer, com o "carinho" que ele tinha por mim (se é que vocês me entendem), ele era paciente e atencioso quando se tratava de me levar pra cama e por isso eu deixava ele continuar com isso.

O tesão comandava. E sabe, em muitas histórias acaba por ser assim: na cama, o negócio se inverte. E a menina, mulher, moça, senhora, acaba se iludindo. Enfim, acho muito abuso agredir fisicamente. Muito mesmo. Eu nunca permitiria - digo isso sem nunca ter passado nem mesmo por algo parecido. Mas não julgo, sei pouco sobre o futuro e né, quando a gente deixa o coração comandar fica sujeito a muita coisa, assim como ao julgamento alheio.

Durante dois anos foi esse inferno e finalmente consegui terminar e me 'recuperar' de tudo. Mas aí vem a dúvida da galera: depois de tanta safadeza da parte dele, por que eu estou escrevendo esse texto? Porque simplesmente eu ainda o amo. Sim, sou burra, sou a mulher mais otária do mundo, mas ele tinha um lado que só eu cheguei a conhecer, que não era o agressivo, mas o romântico e por ter dado tudo errado entre a gente, eu quero que ele saiba que sim, eu quero a felicidade dele.

Nobre da sua parte. Mas, será que é recíproco? E ainda assim, o amor ainda sobrevive. Por aparelhos, em meio às feridas, por cima dos escombros. Vai entender a elasticidade de um sentimento desses, né? Loucura loucura loucura.

Já me disseram que é nobre o sentimento, eu concordo. Ele está namorando com uma garota muito boa gente e eu juro que por mais que ele tenha me destruído (ele me fez ter bulimia por causa da pressão para emagrecer) física e psicologicamente, eu ainda o amo, ainda penso nele, lembro de todas as coisas que aprendi com ele. Ele é nerd e super inteligente, ainda uso a aliança que ele ganhou quando era criança dos pais de castidade que ele me deu.

Então. Puxa, ele namora. Está em outra provavelmente, né. Nunca chegou a pedir a aliança de volta? Acredito que vocês nãos e falem mais. Será mesmo que se essa história tivesse continuidade, vocês poderiam ser felizes juntos? Será isso tudo não pioraria de um tamanho a que ficasse tão, tão pior? Cê não tem medo de arranjar encrenca com a menina boa gente? Hahaha enfim, acho que se ele a destruiu e não fez questão da reconstrução, cabe a você se refazer por si mesma, infelizmente. Ele me parece ocupado demais para curar em ti algo que deixou pela metade (e destroçado).

Sabe, o mais estranho disso tudo é que eu precisava desabafar pra todo mundo, meus amigos, meus não-amigos, todos o que possam ler, que ele mesmo não tendo prestado comigo e nem eu com ele, eu quero que ele dê certo com alguém, que ele seja feliz e preciso dessa resposta - mesmo que grossa da parte dele como sempre foi - eu só queria que ele dissesse: eu tô feliz! Me deixaria muito mais em paz e me faria pensar em seguir em frente.

Ah, então você só quer uma última conversa, e não uma volta? Poxa, admiro isso. Eu, particularmente, estaria o querendo esquartejado por fazer com que eu tivesse perdido tanto tempo bom de vida, que é a juventude. Mas se o único desejo quanto a ele é uma palavra amiga, um sentimento bacana pra não ter um ódio eterno do que se passou, que ele leia isso aqui. Acho que esse amor que você teima em ter por ele, esse (de certa forma) apego, não é mais algo pro teu presente, e você sabe. Nem mesmo se conservou como já foi um dia. Contudo, que ele saiba que mesmo sendo tão escroto, não rolou ódio por parte sua. Bonito mesmo. Sua corajosa!

Cheguei a mandar um texto pro irmão dele e ele que sempre me odiou, disse que ia mandar pro Thomás, ou seja, até quem me odeia resolveu me ajudar. Então por favor, Andressa e meninas, não quero julgamentos, quero disseminação desse texto e das respostas da Andressa. Se vai chegar nele, não sei, mas quero que chegue o mais próximo dele possível, passem pras amigas, pras conhecidas, pra qualquer pessoa que tenha sentimentos e que se importe com amor ainda nesse planeta, porque a cima de qualquer besteira que os dois tenham feito, eu o amo, não que o meu objetivo seja ter ele de volta, mas que ele saiba que se um dia, ele ainda quiser ter algo e que tenha mudado e que saiba que eu mudei e deixei de ser a mimada, fresca e mentirosa que era.

Eu te amo, beijos e obrigada Andressa.

Que lindinha. De verdade, espero que ele leia esse bom sentimento em relação a ele, que não é mais o amor carnal e de pele que vocês tinham, mas algo legal de se sentir por alguém do passado. Não sei como as coisas terminaram entre vocês de fato, mas pelo que acredito, foi mal e com uma boa mágoa. Uma pena. Bom que você ainda quer isso e desejo o bem pra ele. Tudo volta, garota. Mesmo que não hoje e demore, algum dia essas coisas maravilhosas que tu deseja te atingem em cheio também, pode ter certeza. Boa sorte, e menino, se estiver lendo: cuida bem da tua atual namorada, pro favor. Que vocês não se agridam, usem das palavras amigas pra ser felizes e, enfim, se amem muito também. Amor pro mundo que volta pra gente!

Beijão,

@dessagoncalvess

Quer enviar seu texto/desabafo/caso também pro Calmila Responde? Se joga bem linda no dessagoncalves_@hotmail.com e basta esperar, menina!