Como seres vivos, quase todos nós somos
apaixonados pelos animais. Comigo, não é diferente. Já tive desde tartaruga,
passando por hamster, cachorro e gato como de estimação, em casa. Sempre fui uma
criança que conviveu com algum outro serzinho em casa, faço vozinha de boba e
cara de abobada quando velho filhotes fofinhos, e respeito cada ser como únicos,
nunca tendo maltratado nem qualquer hediondeza do gênero. Porém, é de gente que
eu gosto. É do humano a minha preferência. Sim, eu prefiro gente - e
infelizmente, hoje em dia isso é quase crime. Tão mais difícil gostar de quem é
complicado, daquilo que é mais difícil e confuso. Contudo, assumo do que gosto e
aquilo com o qual me preocupo: a felicidade de uma infância que possibilidade
bons adultos.
As ONG's para se ajudar animais se espalham
pela internet. Pet shops se alastram nas cidades, sejam grandes ou pequenas.
Casais abdicam de possuir uma misturinha pra chamar de sua, do dom da vida,
para, ser "papais" de cães - não condeno, apenas discordo. Não sinto vergonha em
levantar a bandeira das crianças, de que se preocupar com o futuro de quem
precisa de educação, do bem estar social e mental de uma sociedade onde, andamos
de pé, falamos, sentimos um coração tamborilar no peito, amamos. Adoro animais,
mas até hoje, nenhuma espécie, nicho, ou biodiversidade conseguiu me encantar
mais que os primeiros passinhos de alguém que mais tarde pode vir a correr num
calçadão de exercício. Difícil de existir algo mais bonito que as primeiras
palavras, as paredes pintadas pela casa, a sujeira de uma roupa onde a arte se
meteu um pouquinho e, pintou. Eu amo crianças, e instinto animal nenhum
conseguirá (acho eu) mudar isso.
Conheço várias pessoas que se sentem muito
melhor ao lado de cães, tartarugas, iguanas, raças e natureza. No entanto,
preciso de abraços apertados. Da imaginação fértil de algum pequeno, ainda com
uma vida toda em construção. Tem coisa mais bela que o sorriso de dentes
faltando, a risada gostosa, ou a ingenuidade do ser ainda puro? Do que a alegria
simples, a falta de tato para contar mentiras, a agitação contagiante de quem
ainda tem pouca idade, um coração singelo que bombeia sangue para todo o resto
do minúsculo corpinho, a derme frágil que precisa de cuidados, tem cheirinho bom
e específico e precisa de cuidado, se não queima? Pra mim, não. É dar carinho,
cuidado e amor pra que uma gente miúda se torne grande e continue a espalhar o
bem por aí, ser íntegra e capaz de suportar as dores dessa vida como rocha,
mirando no exemplo passando; querendo que, pro futuro, possa ser assim com
outras crianças também.
São bacanas os momentos onde corre o
cachorrinho para buscar a bolinha que jogamos, e volta serelepe. Ou quando comem
rapidamente, correm par festejar assim que chegamos em casa, ou nos lambem no
rosto. Ronronam quando acariciamos o pelo macio, soletram palavras que
ensinamos, essas coisas bonitas que nos fazem adorar muito os seres que seguem
seus instintos. Com certeza, também carregam em si uma magia que nos acende.
Porém, é nessa minha preferência pelas pessoas, da minha crença de que são os
humanitários que carregam nas mãos o poder de transformar o mundo positivamente
e, com um sorriso cândido, uma mão pequenininha, aquele olhar de quem ainda tem
tanto pra ver por aí, fazer nosso dia mais leve e um daqui em diante
diferente.