sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Namore uma mulher engraçada

Já que existe o belo e esclarecedor texto da inglesa Rosemary Urquico, "Namore uma garota que lê" (Date a girl who reads, no original), acho importante que, além de leitora assídua, homens se preocupem em estar ao lado de meninas bem-humoradas. Rapazes: namorem moças que os arranquem sorrisos, ao invés de lágrimas ou resmungos aos amigos. Talvez numa primeira impressão ela não chame tanta atenção por poder não possuir o bumbum mais torneado, o cabelo mais sedoso e brilhante, ou a roupa mais estilosa. Porém, de maneira autêntica e quase sempre esperta, preste atenção numa segunda ou terceira vez. Garotas que incorporam a graça nem sempre possuem vocação para Miss Simpatia - aliás, talvez seja até mesmo o contrário. A verdade é que por entre sua timidez aparente, ou acidez em comentários sucintos, pode existir se conhecida mais a fundo, a moça que o faça gargalhar por horas que tanto sonhou. Mulheres com PhD em fazer dentes, goela e risadas virem à tona estão quase em extinção, e as imitações andam à solta por aí.
Ela não se preocupa muito com frases de efeito, ou bordões de programas ruins de humor que passam na televisão. Criar seu próprio estilo de fazer rir das mais descabíveis situações é que é a sua marca registrada no caminho para o riso. Algumas frases bem pensadas, sacadas inteligentes na hora exata, ou as mil e uma expressões que a tornam quase um emoticon: são essas algumas características da garota engraçada. Especialistas na arte de gargalhar podem ficar tristes de vez em quando. E assim que passa, sabem que o melhor remédio para espantar qualquer resquício de tristeza, é começar a rir novamente - e logo. Usa da sua criticidade quanto ao mundo ao redor para, de uma maneira ao menos divertida, poder expressar sua opinião. Que aliás, são inúmeras. Difícil que a quem falte personalidade, sobre doses de uma atitude ativa que falta no tempo restante. Quando ficam bravas, se tornam furiosas. Perdem o colorido cômico que tanto as faz distintas. Caladas, até que se chegue o momento do confronto. Verborrágicas assim que aberta a ferida. E risíveis assim que você tentar com que ela deixe o lado emburrado pra depois, e o faça feliz como na maior parte do tempo juntos. É fácil, eu prometo.
Namore uma garota que faz boas piadas, no lugar de uma boa comida - você acabará vendo que, ao longo dos anos, é melhor ser servido de alegria e boa energia, do que uma moça de cara fechada e jeito blasé colocando os pratos na mesa. Que se vista da maneira própria e, às vezes, com roupas demasiadamente coloridas, ou excêntricas, mas que ria de um furo na blusa justo na hora de sair (esperar horas a donzela se arrumar é cansativo, e todas sabem disso). Namore uma garota que faça comentários aleatórios, zombe de ri mesma, e faça com que você ria de si mesmo também. Brinque de luta, saiba entonar várias vozes diferentes, ou não tenha medo da própria ridiculice, afinal estamos nesse mundo para viver cada segundo, e para sermos audaciosos, precisamos ser um pouco profundos - e esquecer quem nos assistem, tomar conta tanto das rédeas, quanto do próprio show (de stand up, ou não).
Se está em dúvida, a prova é simples: vá ao cinema assistir a um filme ruim, apenas para ver como a moça reage. Se dorme, é fã de letargia. Se facilmente cede ao tédio, será difícil aguentar a monotonia por muito tempo. Se reclama demais, o próximo passo será protestar quanto ao seu cabelo, seu carro ou suas roupas. Agora, se vê detalhes perdidos em meio a cada minuto do filme que, se reais fossem, seriam engraçadíssimos - e os nota, e os conta, e ri de tudo isso ao invés de ser negativa dentro do relacionamento: bingo. A chance é quase única, e aproveitar é acatar à sorte que quer ser pândega com a gente um pouquinho também. Afinal, se quando rimos por último, rimos melhor, quando rimos juntos devemos rir em dobro. Felicidade múltipla.